quinta-feira, 7 de maio de 2015

Um poema para o Napp

Inverno

Para Sergio Napp

A cama é gigante
para o corpo tão franzino,
pequeno, quase menino.

E ele, o homem, eu sei,
se deseja pássaro alado,
só asas e vento, desgarrado.

Mas.

Os olhos se fazem cinza,
a palavra, na garganta rascante,
engasga, reluta, não é mais amante.

O corpo, de fios todo feito,
nos brancos lençóis espera,
tudo agora desejos de primavera.