Inverno
Para
Sergio Napp
A
cama é gigante
para
o corpo tão franzino,
pequeno,
quase menino.
E
ele, o homem, eu sei,
se
deseja pássaro alado,
só
asas e vento, desgarrado.
Mas.
Os
olhos se fazem cinza,
a
palavra, na garganta rascante,
engasga,
reluta, não é mais amante.
O
corpo, de fios todo feito,
nos
brancos lençóis espera,
tudo
agora desejos de primavera.