sexta-feira, 25 de maio de 2012
CRL e Reinações lançam 2º Concurso Literário Assombros Juvenis
REGULAMENTO
2º CONCURSO LITERÁRIO DE CONTOS
ASSOMBROS
JUVENIS
58ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE
1. A Câmara Rio-Grandense do Livro - CRL, a Reinações:Confraria da Leitura de textos de Literatura Infantojuvenil e a Companhia Rio-Riograndense de Artes Gráficas - Corag promovem o 2º Concurso Literário Assombros Juvenis, que visa despertar talentos literários, promover a Literatura Infantojuvenil e homenagear a literatura de terror destinada a adolescentes, que tanto apelo tem no coração dos novos leitores.
2. Estão habilitadas a participar do concurso
pessoas residentes no Rio Grande do Sul, com idade acima de 18 anos.
Obs.: É vedada a participação de membros da
Comissão que organiza o concurso, assim como de funcionários da CRL, bem como
de seus familiares até segundo grau.
4. Os textos deverão ser rigorosamente
inéditos em veículos impressos.
6. Cada participante poderá inscrever-se
através da entrega de texto do gênero conto, devendo este ter, no máximo, cinco
páginas, digitadas em espaço 1,5, utilizando fonte Arial 12, em folha A 4, com margens de 2 cm .
6.1. Textos que não
se encaixarem na temática ou no gênero deste concurso serão
invalidados.
6.2. Cada autor
poderá inscrever quantos contos desejar, desde que obedeçam ao que rege este
regulamento.
7. É obrigatório o uso de pseudônimo, que
deverá ser composto de no mínimo dois nomes e colocado no alto da primeira
página de cada um dos textos inscritos. Caso o autor participe do concurso com
mais de um texto, poderá entregá-los no mesmo envelope, desde que obedeça ao
que rege o item 8.
8. Acompanhando os textos (a serem entregues
impressos em papel A 4
ou ofício, em três cópias, e em CD-R, em um envelope devidamente identificado
com o pseudônimo) deverá constar, em um envelope menor, lacrado, identificado
com o pseudônimo, uma folha com os seguintes dados:
a) Nome do concurso
b) Pseudônimo composto (mais de um nome)
c) Nome completo
d) Endereço completo
e) Telefones
f) E-mail
g) Data de nascimento
10. O prazo para as inscrições termina,
impreterivelmente, em 30 de junho de 2012, até às 18h. Os envelopes com os
textos concorrentes devem ser entregues na Câmara Rio-Grandense do Livro (Praça Osvaldo Cruz, 15
Conj. 1708 / 1709, CEP 90030-160, em Porto Alegre /RS) ou enviados
pelo Correio, aos cuidados de Rafael Cardozo. Neste último caso, a data de
inscrição será a da postagem, que, se for posterior a do prazo máximo para a
inscrição, não será aceita.
11. O julgamento dos textos será realizado
por uma comissão de três profissionais, de diferentes áreas da literatura,
indicada pelos organizadores do concurso.
12. Os textos selecionados em número não superior
a 10 poderão ser publicados em antologia editada pelos organizadores, sem fins
lucrativos, razão pela qual os organizadores exoneram-se do pagamento de
direitos autorais ou de qualquer outra forma de remuneração aos autores, além
da entrega gratuita de dez exemplares da antologia. A antologia terá lançamento
e sessão de autógrafos na 58ª Feira do Livro de Porto Alegre em data a ser
marcada.
13. Não poderá figurar no livro mais do que um texto de cada autor.
14. Da premiação:
14.1. Serão outorgados certificados a todos
os selecionados, e estes terão seus textos publicados na antologia do 2º
Concurso Literário Assombros Juvenis,
não havendo qualquer ônus aos escritores selecionados.
15. O resultado do concurso será divulgado no
site da CRL (www.camaradolivro.com.br)
e no blog da REINAÇÕES (confrariareinacoes.blogspot.com) até o mês de outubro
de 2012.
16. Não haverá, em nenhuma hipótese,
devolução dos textos concorrentes.
17. As decisões da comissão julgadora são
irrecorríveis.
18. Os casos omissos neste regulamento
serão resolvidos em conjunto pelo coordenador do concurso, jurados e
representantes das entidades organizadoras.
19. Mais informações podem ser obtidas na CRL
pelo fone (51) 3286.4517, com Rafael Cardozo, através do blog da REINAÇÕES (confrariareinacoes.blogspot.com)
ou, ainda, através do e-mail caioriter@uol.com.br,
com Caio Riter, organizador do concurso.
sábado, 12 de maio de 2012
Crônica: Ser pai é bom demais.
Ser pai é bom demais.
Caio Riter
Houve um tempo em que eu acreditava
que pais eram mães ou que, pelo menos, podiam ser. No sonho de ser pai, do qual
eu me alimentava, sabia que homens e mulheres se tornam iguais no momento da
concepção. Diferenças inexistiam, era o que pensava. Afinal, basta transitar
pelas ruas de nossa cidade e encontraremos muitos pais em funções outrora
essencialmente maternas: bebês no colo, mamadeiras em apronte, carrinhos que vão
sendo guiados com delicadeza por másculas mãos, futuros sendo empurrados pelos
balanços e carrosséis da vida, mãos seguras a guiar caminhos. Eu tinha essa
certeza; a observação e o sentimento é que a gestavam em mim: pais e mães são
indistintos na vida de um filho.
Assim, na minha fantasia, eu ia
sonhando e me preparando para ser um pai-mãe. Homem repleto de maternidade. na
minha fantasia, eu ia sonhando, me preparando para ser um pai-mistezas, com
suas certezas e hesitaçuista, a cada despertar,E como inexistem forças
capazes de impedir que um sonho bem sonhado real se torne, virei pai. Coração
explodindo em grávida expectativa.
Curti desde o primeiro instante
aquela semente que crescia no ventre da mulher amada. Experiência repetida.
Duas outras mulheres vindo ao mundo, frutos do nosso desejo. E ver aqueles
rostinhos desprotegidos, alegres, brilho de afeto resplandecendo a cada
carinho, a cada conquista, a cada despertar, sempre foi o presente maior. Fui, então, sendo — entre erros, acertos e
tentativas — o que queria ser: pai.
Fui homem de acordar na madrugada ao
chamado da palavra-mágica; fui homem de me deitar no chão, desprovido de
qualquer ameaço de maturidade, para virar barco, cavalo ou outra coisa
qualquer, vítima do desejo infantil daquelas que foram sonhadas por mim. Fui
homem também de invenção de teatros, de criação de personagens, que iam
povoando aqueles pequenos corações e a casa toda; fui homem de canções de
ninar, de histórias de boca, inventadas ali mesmo no momento exato da contação;
fui herói de afugentar terríveis insetos, monstros horrorosos, que suscitavam
gritos e pedidos de proteção. Fui sendo pai do jeito que sabia e que julgava
que um pai devia ser.
Mas jamais fui mãe.
Um pai, por mais que deseje, nunca
será mãe. Só pai, no tudo de bom que um pai possa ser. Porém, apenas pai. Nada
mais que pai.
Um pai, por mais pai que seja, não é
mãe. A mulher que gera um outro ser dentro de si estabelece uma relação de
cumplicidade que homem nenhum, por mais competente que seja em sua tarefa de
amar incondicionalmente seus filhos, atingirá. Nós, os pais, durante a gestação,
na verdade, ficamos de fora. Por mais que sejamos chamados a participar, por
mais que queiramos gerar junto o bebê que se forma, estamos de fora. Somos
parte exterior, um apêndice numa relação visceral. Um coadjuvante que, por mais
importante que seja sua participação na trama, é apenas personagem secundário. Apenas o amigo do mocinho. Amigo que precisa descobrir
seus modos de atuação, que precisa fazer-se necessário na urdidura da narrativa
familiar, a fim de ser também fundamental parte na história daquele que vai
tornando-se gente.
Mas jamais será mãe.
Não nutriu com sua vida a vida do outro, não partilhou
com o outro toda a sua carga emotiva, não dormiu o outro no embalo do ritmo do
seu coração. Não. E tudo isso antes mesmo do nascer.
As mães, esses seres com os quais estabelecemos uma
relação eterna (quer para o bem, quer para o mal), estarão sempre, me parece,
na dianteira de qualquer pai que se arvore em mãe. Elas nutrem os
filhos não apenas com seu sangue, mas também com suas alegrias, com suas
tristezas, com suas certezas e hesitações. Mães alimentam seus rebentos com a
própria vida.
Ser pai, é claro, tem lá sua força
no crescer de um filho. É união eterna também. Mas não é sobre isso que falo.
Falo de algo que vem de além do nascimento. Relação mágica, dupla, forte. Não sei se me entendem. Entretanto, é apenas
isso: se ser pai é bom demais; ser mãe deve ser melhor ainda.
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