Quando eu tinha seis anos (eu era um guri bem miúdo), fui levado pela mão, por uma de minhas irmãs, para a escola. Era março de 19..... e eu já sabia ler. A escola ficava na rua da minha casa, bem perto, mas tenho na memória o tanto de lonjuras que havia entre aqueles dois portões: o da minha casa, o da minha escola. Do dia em si, da primeira professora, do que ela falou, do que ela ensinou, de meus primeiros colegas, há um vazio de lembranças. Ah, mas da roupa que eu estava (calção azul, camisa amarela, que minha mãe havia comprado para uma festa familiar) e da minha mão firme agarrada à da minha irmã, disso eu lembro. Memória sempre viva em mim. Eu esperava tanto daquelas aulas, daquele mundo no qual me iniciava.
Porém, infelizmente, não foi a escola quem me construiu. Ela, hoje sei, colaborou pouco com quem sou. A biblioteca sim. Os livros mais ainda. Neles, descobri que a vida é mais, bem mais.
Descobri que páginas abertas, letras decifradas são capazes de abrir olhos e de cultivar o coração.
Hoje, os livros fazem parte de mim.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário