terça-feira, 5 de maio de 2009

Palavras de um escritor sobre uma crônica

Seguem uma palavras não minhas que servem de eco à minha crônica sobre feiras de livros. Gostei delas, por isso as reproduzo aqui a fim de que reverberem mais e mais. Valeu, Wander.

Estimado Caio Riter,
meu nome é Wander Antunes, sou contista e roteirista de histórias em quadrinhos. E, como todo autor, sonho com o encontro entre obra e leitor. Um sonho que tem me tirado o sono, diga-se de passagem.
Ó, fica tranquilo, não te escrevo pra pedir que você leia um conto ou uma novela de minha autoria. Escrevo sob o impacto de seu Feira de livros: pra que mesmo? Puxa, finalmente encontro alguém discutindo a eficácia das feiras de livros. Não gosto delas - ou talvez não goste da que eu conheço de perto - e não acho defensável o discurso de que elas representam um 'grande esforço' empreendido, geralmente pelo poder público ou com o dinheiro do poder público, na formação de leitores. Leitores são formados com a publicação e circulação de livros. O livro tem que chegar às mãos das pessoas. E não só nas escolas! Se uma feira de livros é o começo, meio e fim do esforço de uma comunidade em formar leitores, acho que esse esforço foi em vão, renderá pouquíssimos frutos. O que tenho me perguntado é: E para além das feiras de livros, o que tem sido feito? E te pergunto: Há um número razoável de autores que pensa como você - e eu -, que faça alguma crítica a esse tipo de evento, que proponha outra forma de ação pública para formar leitores? Queria muito fazer parte de um grupo assim.
Ah, se uma feira de livros coroa uma série de ações robustas e permanentes é outra coisa, é outro cantar. Continuo em casa, que não gosto de ajuntamentos, mas aí, nesse caso, e só nesse caso!, acho que a festa é válida.

Abs.

Wander Antunes

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