domingo, 28 de setembro de 2008

Notícia 4: Verbalada Portátil Vol.1

A Verbalada Portátil são encontros literários produzidos pelo jornal Vaia, em parceria com as livrarias Palavraria, Letras & Cia e Nova Roma, cuja intenção é debater, festejar e discutir rumos da literatura contemporânea e suas diversas formas de expressão.

Serão debates, leituras, shows, música, performance e teatro.

A Verbalada portátil vol. 1 estréia no dia 17 de outubro, sexta-feira, às 19hs, no Teatro de Arena, com o projeto "Arena Literária" (debate e leituras com os escritores Marcelo Backes e Luíz Horácio) e "FestiVaia" (sarau e pocket show com Tiago Rosa, Mário Falcão, Coca Barbosa e grupo Dois por quatro).

E no dia 18/10, às 10h30min, na livraria Letras & Cia, haverá o debate "Literatura e Filosofia: aproximações e afastamentos", com a presença do escritor, tradutor e crítico literário Marcelo Backes, do doutor e professor de filosofia (PUC/RS) Sérgio Sardi, da poeta e mestranda em literatura portuguesa Laurene Veras, do escritor e professor de literatura Luíz Horácio e do jornalista, editor da revista Aplauso, Flávio Ilha, mediador do encontro.

No dia 25/10, às 14hs, sábado, também na Letras & Cia, ocorrerá o encontro "Literatura Infanto-Juvenil: Possibilidade De Salvação", com Beatriz Abuchaim (Escritora e Psicóloga), Luiza Mota (Coordenadora do projeto Mala da leitura, em Caxias-RS), Ivan Zigg (Escritor e Ilustrador), Hermes Bernardi (Escritor e coordenador da AEILIJRS) e Caio Riter (escritor, professor e doutor em literatura brasileira), mediador do debate. A discussão pretende problematizar a possibilidade de a Literatura ser porta de salvação, no que tem de contribuição à saúde mental e física. Afinal, a leitura salva? Se sim, como e do quê? Qual o papel da literatura feita para crianças e para adolescentes na formação de cidadãos saudáveis.

Todas as atividades têm entrada franca.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Patrono da 10ª Feira de Araricá

Araricá não fica muito longe de Porto Alegre. Cidade florida por azaléias. Cidade pequena e simpática, cheia de crianças e de adolescentes abertos à leitura. Pois foi lá, em meio a livros, a exposições de atividades com meus livros e a conversas sobre minhas histórias, que recebi a homenagem de ser patrono da 10ª Feira do Livro.
Foi bom ter andado por lá, bom perceber que ainda existem coordenações de feiras de livros que priorizam o contato com a leitura anterior ao evento e que colocam o escritor e os livros no centro do evento. Isso é bom. Houve adaptações para teatro de dois livros meus: Um reino todo quadrado (Paulinas) e Teiniaguá, a princesa moura encantada (Scipione). Meu obrigado a Manas Livraria, que possibilitou minha participação na Feira.

Fotos:




Azaléias



Vista geral da cidade de Araricá


Morro do Ferrabrás


Espaço da Feira do Livro

domingo, 21 de setembro de 2008

Notícia 3: Livros na internet

Abaixo, matéria que encontrei no site da Revista Bravo e que aborda a relação dos leitores com os livros online. Coisa boa de se penser. Vida longa ao livro.

Setembro/2008 Assunto do dia


O livro é o último bastião dos direitos autorais?


Mercados musical e cinematográfico viram a internet diminuir a venda de CDs e as bilheterias de cinema. Apesar da mesma facilidade de reprodução existir também no âmbito editorial, o que se percebe é um desinteresse por parte dos usuários pela leitura de textos em ambientes virtuais


Por Mariana Shirai


"Disponibilizar obras inteiras na internet ajuda a vender livros", é o que afirma Alexandre Barbosa de Souza, editor da
Hedra. Há cerca de um ano a editora passou a disponibilizar pela rede textos integrais da Coleção de Bolso, série de títulos clássicos como O Príncipe, de Maquiavel, e O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, cujos direitos autorais são de domínio público, e encontrou na iniciativa um ótimo caminho para a divulgação das obras. "Percebemos um aumento significativo de vendas depois que colocamos os livros na internet", conta Alexandre. O processo é feito por meio do Google Book Search, um portal em que editores e autores podem publicar suas obras em arquivos digitais. Alexandre explica que, paradoxalmente, os livros virtuais incentivam os consumidores a adquirirem as obras de papel: "Vemos que os clientes usam a internet para pesquisar livros, mas não para lê-los. Como os nossos títulos não são muito caros (de 10 a 20 reais), muitas vezes fica mais em conta comprá-los do que imprimir em casa". Outra aposta parecida foi feita pela Livraria Cultura que, há um mês, em parceria com o Google Search Books, passou a disponibilizar em seu site textos na íntegra de livros à venda em seu site. A idéia, se colocada no contexto dos mercados musical e cinematográfico soaria absurda, já que o uso da internet como difusora de obras, nestes casos, fez cair a venda de CDs e a bilheteria das salas de cinema. Apesar da mesma facilidade de reprodução existir também no âmbito editorial, o que se percebe é um desinteresse por parte dos usuários pela leitura de textos em ambientes virtuais. "O site dominiopublico.gov.br, do governo - que disponibiliza livros de graça pela internet - tem poucos acessos. Foi até levantada a possibilidade de retirá-lo do ar por conta disso", conta Rosely Boschini, presidente da Câmara Brasileira do Livro. Prova de que os anos podem estar para extinguir o CD e o DVD, assim como fizeram com o vinil e fita VHS, mas nada - ainda - substitui a experiência de ler tendo em mãos um volume encadernado.
http://bravonline.abril.uol.com.br/conteudo/assunto/assuntos_305675.shtml em 21/09/2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Notícia 2: Confraria do Braille

Durante as atividades da 54ª Feira do Livro de Porto Alegre (31/10 a 15/11/2008) acontecerá, conforme me informa a Isabel Santana, o 3º Encontro da Confraria do Braille. A atividade será no dia 13/11/2008, durante à tarde. Ocasião em que vários títulos vertidos para a linguagem Braille serão doados a instituições que atendem deficientes visuais. Um projeto que já venceu o Fato Literário-RBS e que, com certeza, contribui com a formação de leitores, possibilitando que aqueles mais desfavorecidos de materiais literários possam tomar contato com a obra de diversos escritores gaúchos e nacionais. Eu e Paula Mastroberti somos os embaixadores. Abaixo foto do momento em que fui condecorado embaixador da Confraria do Braille, em 2006.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Reinações de Charlie

Charlie é um garoto humilde, e tremendamente pobre. Vive com os pais e com os quatro avós à base de sopa de repolho. Mas nem por isso perde a ingenuidade e a bondade. Em seu aniversário, uma vez por ano, claro, pode saborear um dos gostosos chocolates Wonka. Mas um só. Por isso, come-o bem devagarinho. Pois é a história deste menino e sua aventura pela fantástica fábrica de chocolates de Willy Wonka, contada por Roald Dahl no livro A fantástica fábrica de chocolate, editado pela Martins Fontes, que será debatida no 17º Encontro da REINAÇÕES: Confraria da Leitura, com coordenação de Beatriz Abuchaim. Dia 25/09, às 19h, na Letras & Cia, rua Osvaldo Aranha, 444. Entrada livre.







quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Palavras 15


SONO - Estado de ser morto-vivo. Tão pleno de sonhos ou de medos, e tão próximo (ou similar) do bafo agourento da Desdita. Cada respirar a certeza de que o elo ainda não se rompeu. Cada acordar uma nova chance.

sábado, 6 de setembro de 2008

Caio e os escritores 8 - Walmor Santos

Já vai longe a data em que troquei primeiras palavras com o Walmor Santos. Na verdade, antes de eu ser aproximação, muito li e ouvi falar sobre seu projeto de editar autores novos e de fazê-los ser conhecidos, através do contato com leitores: o Autor na Sala de Aula. Eu não era autor inédito. Já tinha dois livros infantis publicados, mas foi através da mão do Walmor que acabei, de fato, enveredando pelo mundo da escrita e fui tornando-me escritor. Foram vários títulos lançados pela editora dele, foram vários momentos de alegria, de troca e de conhecimento, foram muitos também os momentos de impasse, de divergência. Todavia, aprendi a respeitar e a gostar do Walmor, não apenas como escritor (meu preferido é o livro de contos A arte de enganar o medo), mas como um cara meio idealista, que, por ser muito aguerrido ao defender suas idéias, por vezes, acaba não agradando a muita gente. Creio, no entanto, que, por ser amigo dele e por querê-lo bem, devo sempre dizer-lhe o que penso e ouvir dele também suas convicções. Acho que por isso seguimos próximos e capazes de estendimento de mãos quando necessário. Amizade tem seu tanto de troca, mas também tem seu tanto de honestidade. Só assim poderá ser verdadeira.
Walmor é cara legal. Pessoa pra estar sempre do lado esquerdo do peito, como diria o Milton Nascimento. E, este ano, ele será homenageado com o troféu Palavra Viva, concedido pela Secretaria de Cultura do SINTRAJUFE-RS àqueles que se destacam no mundo literário gaúcho. Merecido.
(foto de Elaine Maritza - Eu, Dill e Walmor: finalistas do Açorianos juvenil-2004)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Outras palavras 11 - Lya Luft


Sou uma pessoa com um olho triste que escreve e um olho alegre que vive; escrevo para tentar entender a vida, o mundo. (...) Não escrevo muito sobre a morte: na verdade ela é que escreve sobre nós - desde que nascemos vai elaborando o roteiro de nossa vida.

Retratos de Caio - 5

Na foto abaixo, fui clicado durante atividade do Projeto Fome de Ler-2007 (Ulbra/CRL), quando autografava um retrato feito sobre mim, numa simpática escola na Barra do Ribeiro.




quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Gente Nova 8 - Clênio Borges

O Clênio Borges já venceu concurso como cronista, já andou pelas trilhas do conto, e agora circula com bastante segurança pelas trilhas do miniconto, este "gênero" que tem como palavra-chave a contenção. Mas, acredito eu, deva ser uma contenção que abarque todos os elementos constitutivos do conto, caso contrário, apenas aforismo, brincadeira com as palavras, poesia. Clênio consegue isto.





Vazia

(Retrato de Lucy - Lasar Segall)
Sem amor, sem esperança e sem dinheiro, foi assaltada na sinaleira.

— A bolsa ou a vida.

Tanto faz.


(Miniconto escrito na Oficina IFP com Laís Chaffe.)

Caio no Vaia

A partir deste mês, viro cronista. O convite veio do Fernando Ramos, o jovem editor do Jornal Vaia e idealizador da primeira FESTPOA, que conseguiu reunir diversos escritores em várias mesas e atividades envolvendo a leitura e a escrita.
Meu desafio foi escrever gênero ainda não produzido, ou pouco escrito. Sou basicamente um contador de histórias. A poesia é atividade bissexta. Assim, a crônica acabou me atraindo pelo que tem de dificuldade em tangenciar temas cotidianos, tornando-os eternos. Tarefa hercúlea a que vários autores se lançam diariamente. O convite-desafio foi do Fernando; a escolha pela crônica foi minha.
E a primeira já está à disposição do olhar crítico de quem quiser. Chama-se Na gaveta, e nela busco refletir sobre a importância da leitura em mim. Para lê-la, basta acessar: http://www.jornalvaia.com.br/
Lá há matérias interessante,entrevista e outros que tais. Além, é claro, de outros colunistas.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Caio Leitor 9: O pequeno Nicolau

O autor é o mesmo do Asterix: Goscinny. Isso em si só já é motivo de curiosidade para que conheçamos as peripécias de um garoto muito especial. Especial, mas que, na verdade, dá testemunho do ser criança comum a qualquer época ou a qualquer espaço. Os capítulos curtos, quase contos, já que encerram uma aventura do pequeno protagonista com início, meio e fim, fazendo referência a outros personagens já apresentados nos diversos capítulos-contos, relatam episódios da vida de qualquer criança: atividades escolares, contatos com amigos, uma possível paixão, o desejo da fuga de casa, as tradicionais e encantadoras travessuras que qualquer criança é chamada a fazer mediante o tédio com que se mostra o mundo adulto. Mas tudo sob uma ótica humorada, bem humorada, (diga-se de passagem!), que revela o olhar infantil: olhar que, muitas vezes, mostra-se desconhecedor da lógica ilógica que reina entre os "grandes".
Nicolau, assim, tem um tanto de mim. Tem um tanto da criança que fui e também das crianças que virão por aí. Tem um tanto de qualquer e de toda a criança. Afinal, ser criança é estar aberto à aventura e ao sonho, é tentativa de entendimento do mundo que nos cerca, é busca por "atender" às expectativas adultas, mas sempre a partir de um parâmetro não-adulto. Daí que o que para Nicolau é certo, é completamente plausível, soe como traquinagem para os professores ou para os pais.
Todavia, o narrador, por vezes, nos revela que não há distância tão grande assim entre adultos e crianças, pois, nas desavenças entre o pai de Nicolau e seu vizinho, notamos os mesmo princípios que regem as rivalidades entre Nicolau e seus amigos: o desafio, a disputa, o desejo de ser o melhor.


(ilustração de Sempé)

O pequeno Nicolau é leitura agradável em que o ser criança é visto sob o olhar da própria criança. Há ausência de um pouco de dor. O humor prepondera, falta sofrimento nas aventuras de Nicolau, o que é apenas gosto pessoal de quem curte textos mais intimistas, mais sofridos, todavia apenas gosto pessoal que não destempera o sabor de mergulhar, conduzido pela mão de Nicolau, no universo nostálgico e mágico da infância. Livro que nos faz adultos sensíveis perceberem de forma diferenciada as traquinagens infantis.




segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Vice-versa: uma idéia da aeilij

O Hermes Bernardi, coordenador da AEILIJ no RS, me convidou ( e aos demais associados) para atividade bem bacana de troca de idéias via entrevista. Eu e a Glaúcia de Souza inauguramos o espaço Vice-versa. Basta acessar o endereço: http://aeilijrs.blogspot.com para conhecer minhas idéias e as da Glaúcia. Em outubro o vice-versa é com Paula Mastroberti e Hermes Bernardi Jr. Abaixo uma amostra da entrevista que Gláucia fez comigo.



Gláucia de Souza pergunta, Caio Riter responde:



GS - Como é o seu processo de criação de um original?

CR - Sempre minhas histórias nascem a partir de um tema que me sinto convidado a pensar, a escrever. É em torno deste assunto que nascem os personagens, as ações, os diálogos. Quando é novela mais longa (as juvenis), procuro elaborar um esquema orientador, a fim de otimizar meu pouco tempo para a escrita. Costumo, também, contar a história pra mim mesmo, inventar cenas, tendo sempre o olhar atento ao que ocorre à minha volta, pois tudo pode ser inspirador. Outro dado importante, anterior à escrita propriamente dita, é estabelecer um norte, um ponto de chegada, a cena final. Tendo claro para mim o destino do protagonista, tudo se torna mais simples e a escrita, então, passa a se tornar necessidade.