sábado, 28 de junho de 2014

Dois retratos de Caio

Há muito tempo eu não era brindado com novos retratos. Pois, na quinta-feira, visitando a Escola Major Miguel Pereiro, dentro do Projeto Autor Presente, coordenado pelo IEL, fui surpreendido com muitos retratos. Abaixo, dois deles: um do Fernando e outro do Pedro Augusto.



quarta-feira, 25 de junho de 2014

Oficinas e escrita

Sou escritor oriundo de oficina literária, mas não creio que uma oficina forme um autor. Assim, se digo isso é por ser fato, não exigência. 
Talvez, por ser oriundo de oficina e por, há mais de dez anos, ministrar oficina de narrativa curta (embora já tenha coordenado oficinas de crônica e de literatura infantil também), tenha criado minhas convicções sobre a prática da escrita. Elas vêm da experiência e do que estudei. E fuçando neste blog, no marcador "Sobre a escrita", fui me reencontrando com dizeres produzidos há bastante tempo. Neles, falo da fusão necessária entre forma e conteúdo. Fusão em que haja equilíbrio, não o excesso de um sobre o outro. Isso poderia provocar a morte de um texto. Um texto não lido é texto morto. E se eu alimentei uma certeza quando decidi ser escritor é de que não queria ficar restrito às cátedras universitárias, queria mais: queria que minhas palavras fossem ao encontro do leitor. 

sábado, 21 de junho de 2014

Torres Paulistas II

Mais andanças, mais torres.

Igreja José de Anchieta


Mosteiro de São Bento


Capela da PUC


Nossa Senhora do Ó


Igreja São Luiz Gonzaga


Torres Paulistas

Andar por uma cidade, é sempre possibilidade de encontro com pessoas, com a atmosfera peculiar, com as torres sacras. Encantam-me templos, já disse. Abaixo, algumas torres captadas pelas andanças pela capital paulista.


Catedral da Sé 







Mosteiro de São Bento


Ainda sobre o escrever e o emocionar

Uma resposta a um comentário no Face me fez pensar mais sobre o escrever, sobre a necessidade da emoção, que deve estar presente no processo da escrita e também no da leitura. Abaixo, o que pensei lá:

"...em meu mestrado e em meu doutorado, também estudei bastante, também li bastante, também mergulhei nos caminhos da literatura, mas não apenas dela. Sempre acreditei que as ciências humanas são suportes interessantísimos para se entender um texto literário. Todavia,  não vejo a concepção do escrever eivada pela teoria acadêmica. Tento separar tais searas, a fim de que o Caio-escritor não se deixe levar pelo Caio-teórico e mate o que, para mim, é essencial em um texto: a emoção. Jamais disse (talvez meus comentários não tenham sido bem compreendidos) que o modo de dizer deva ser menosprezado. Se eu pensasse assim, não teria escrito "Vento sobre terra vermelha" ou "A dobra do mundo". Não. A linguagem esteticamente elaborada é importante. Mas não é ela que faz um texto ser literário ou não. É a capacidade que ele tem de ser comunicante, de ir ao encontro do outro, de tornar-se universal (e aí modismos, ou questões de estilo, de escola ou, simplesmente, de tempo ou de cultura, tornam-se nada diante da capacidade de falar à emoção de quem lê). O bom texto, a meu ver, é comunicante, em primeiro lugar. Por isso sempre defendi, em minha prática, em minhas palestras, em minhas oficinas, as duas esferas necessárias para se compor literatura: o que dizer? como dizer? Porém, o que percebo em alguns autores, por vezes, é o excesso de hermetismo na linguagem. Um texto vazio do principal, um texto que se envolve apenas e consigo mesmo. O leitor, o outro, é coadjuvante. E aí, acho, está a questão: como o escritor pensa a literatura e pensa-se como escritor. A literatura (como toda Arte, no meu ver ingenuo, talvez) é abertura. Um artista, que se volta apenas para o fazer, que não olha para o que o cerca, que não pensa que um texto (e aí entramos em questões que envolvem a Teoria da Comunicação) necessita de uma função social para que se consolide como texto, não faz literatura. Borges diz que a literatura sobrevive, apesar da linguagem. Neste sentido (numa interpretação livre, talvez) o que fica não são as palavras. É mais. É a capacidade que um texto tem de falar com o altero, de provocar, de instigar, de "dramatizar" a vida. EM TEMPO: Não pretendia debate algum. (embora julgue-os extremamente instigantes, a fim de me fazerem pensar meu modo de ver meu ofício, e de me ajudarem a perceber com maior clareza as minhas convicções). Mas, ressalto, não acredito que uma linguagem pobre ou frágil sustente um texto, assim como não creio que o virtuosismo linguístico tenha tal poder. Ambos são pífios, se não conseguirem emocionar. Amo Mia Couto, curto Raduan e Rosa, pelo tanto que eles conseguem dizer e também pelo modo como eles dizem este tanto. Assim, como curto autores que apresentam mundos possíveis a partir de uma linguagem menos elaborada, como Lygia Fagundes Telles ou Paul Auster."

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Sobre o ler

         Ao abrir as páginas de um livro, o que busco é a dor do existir. Não me atiçam fórmulas, formas, hermetismos linguísticos. Atraem-me mais os dramas, as experiências humanas captadas pelo olhar sensível daquele que escreve. A literatura problematiza a vida.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Outras palavras 29: Jorge Luis Borges


Sem leitura não se pode escrever. Tampouco sem emoção, pois a literatura não é, certamente, um jogo de palavras. É muito mais. Eu diria que a literatura existe através da linguagem, ou melhor, apesar da linguagem.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Torres cariocas

Em minha rápida andança pelo Rio, a fim de receber o Prêmio Ofélia Fontes, o melhor livro para crianças de 2013: "Sete Patinhos na Lagoa", me deparei com dois lindos templos. A Catedral Presbiteriana, pertinho da Praça Tiradentes, e a Igreja de São Joaquim, bem próxima ao Centro de Eventos Sulamérica, onde ocorria o Salão do Livro. Aí, elas:



Mais uma confissão...

Confesso: não sou homem de futebol, de campeonatos, de Copa. Claro que tenho meu time, que tenho minhas certezas de torcedor, mais por herança familiar do que por qualquer outra coisa.
Confesso que, em muitas Copas, quando liberado do trabalho para ir para casa assistir aos jogos, fui para o cinema ver um bom filme, ou para um sebo garimpar livros.
Todavia, confesso que desentendo tanta celeuma contra a Copa no Brasil. Muitos apregoando motivos estranhos, oportunistas, para menosprezar um evento de tamanho porte. Muitos contribuindo para uma imagem negativa do país em que vive. Ah, e não me façam tentar crer que isso é patriotismo, não me venham convencer do que detonar com seu próprio país é desejar o bem dele. 
Confesso que ando com paciência pouca para isso. Fico querendo saber se, caso a Copa não tivesse vindo para o Brasil, se os mesmos detratores dela não estariam furiosos, fazendo manifestações, em virtude de o governo não ter tido jogo de cintura para atrair olhares para o nosso país. Creio que muitas manifestações não desejam o bem comum, mas apenas anseiam pelo poder. Só. Mais nada.
Vejo poucas proposições e muitas provocações. Vejo pouca construção e muita baderna.
Assim, só posso confessar mais isso: vou torcer para o Brasil. Vou pegar bandeira, vou estourar pipocas, vou sentar diante da tevê e gritar muito a cada gol brasileiro, a cada vitória de nossa seleção. Vou ficar desejoso do hexa. Não por que goste de futebol, mas porque adoraria ver essa gente calada na expectativa do próximo gol.