sábado, 29 de fevereiro de 2020

Concurso de Minicontos Reinações 13 anos: a palavra e a imagem


REGULAMENTO
CONCURSO LITERÁRIO REINAÇÕES 13 ANOS: A PALAVRA E A IMAGEM


1.  A Reinações: Confraria da Leitura de Literatura Infantojuvenil promove o Concurso Literário Reinações 13 anos: a palavra e a imagem, que visa despertar talentos literários e artísticos, promover a escrita e a ilustração de literatura infantojuvenil, além de celebrar os 13 anos de existência da Confraria Reinações.

2. Estão habilitadas a participar do concurso pessoas residentes no Rio Grande do Sul, com idade acima de 18 anos.

Obs.: É vedada a participação de membros da Comissão que organiza o concurso.

3. A participação no concurso, por meio do envio de textos, implica a concordância com todas as cláusulas deste regulamento.

4. Os textos deverão ser rigorosamente inéditos em veículos impressos.

5. O gênero do concurso é o miniconto.

5.1. Deverão ser inscritos textos narrativos, com no máximo 500 caracteres.
5.2. O miniconto deve ter como protagonista uma criança ou um(a) adolescente, caracterizando-se, assim, como texto voltado ao público infantil ou juvenil.
5.3. A temática do miniconto é livre.

6. Cada participante poderá inscrever-se por meio da entrega de texto do gênero miniconto, devendo este ser digitado em espaço 1,5, utilizando fonte Arial 12, em folha A4, com margens de 2 cm.

6.1. Cada autor poderá inscrever quantos minicontos desejar, desde que obedeçam ao que rege este regulamento. Caso isso ocorra, cada conto deverá ser digitado e entregue em folha separada.

7. É obrigatório o uso de pseudônimo, que deverá ser composto de no mínimo dois nomes e colocado no alto da primeira página de cada um dos textos inscritos. Caso o autor participe do concurso com mais de um texto, poderá entregá-los no mesmo envelope, desde que obedeça ao que rege o item 8.

8. Acompanhando os textos (a serem entregues impressos em papel A4 ou ofício, em três cópias, em um envelope devidamente identificado com o pseudônimo) deverá constar, em um envelope menor, lacrado, identificado com o pseudônimo, uma folha com os seguintes dados:

a) Nome do concurso
b) Pseudônimo composto (mais de um nome)
c) Nome completo
d) Endereço completo
e) Celular / Whatshap
f) E-mail
g) Data de nascimento

9. O prazo para as inscrições termina, impreterivelmente, em 31 de março de 2020. Os envelopes com os textos concorrentes devem ser enviados pelo Correio, para a Confraria Reinações (Rua Oscar Tollens, 62 – Santa Teresa – Porto Alegre-RS – CEP: 90850-520). A data de inscrição será a da postagem, que, se for posterior a do prazo máximo para a inscrição, não será aceita.

10. O julgamento dos textos será realizado por uma comissão de três profissionais, de diferentes áreas da literatura, indicada pelos organizadores do concurso.

11. Os textos selecionados em número não superior a 10 participarão da Exposição Reinações 13 anos: a palavra e a imagem, organizada pela Confraria Reinações. A exposição circulará durante o ano de 2020/2021 por diferentes espaços culturais de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, dentro das possibilidades dos organizadores, sem qualquer ônus para os participantes. Como a exposição não terá fins lucrativos, os organizadores exoneram-se do pagamento de direitos autorais ou de qualquer outra forma de remuneração aos autores, além da garantia da presença de seu texto, que será ilustrado, nas diferentes edições da Exposição, que terá sua inauguração em Porto Alegre em data a ser marcada.

12. Não poderá figurar na exposição mais do que um texto de cada autor.

13. Da premiação:

13.1. Serão outorgados certificados a todos os selecionados, e estes terão seus textos expostos e ilustrados na Exposição Reinações 13 anos: a palavra e a imagem, não havendo qualquer ônus aos escritores selecionados.

13.2. Cada autor terá seu miniconto ilustrado bidimensionalmente por alunos do Instituto de Artes da Universidade Federal do RS, sob coordenação da professora e ilustradora Laura Castilhos, e, posteriormente, selecionados para compor, junto com os minicontos, a Exposição Reinações 13 Anos: a palavra e a imagem, comemorativa aos 13 anos de atividades da Reinações: Confraria da Leitura de Literatura Infantojuvenil.

14. O resultado do concurso será divulgado em abril de 2020 em evento da Confraria Reinações.

15. Não haverá, em nenhuma hipótese, devolução dos textos concorrentes.

15. As decisões da comissão julgadora são irrecorríveis.

17. Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos em conjunto pelos organizadores do concurso e pelos jurados.

18. Mais informações por meio da Página da Reinações no Facebook e, ainda, pelo  e-mail caioriter@gmail.com

Porto Alegre, 26 de fevereiro de 2020.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Azuis desmaiados

       Meu pai tinha olhos azuis e eu os herdei. Somos sete filhos e, dos sete, apenas dois têm olhos azuis. Eu sou um deles. Todavia, os meus azuis não trazem em si o brilho e a cor presente nos olhos de meu pai. Tenho olhos azuis desmaiados. Eles só são perceptíveis caso eu esteja com roupa azul ou preta. Aí o azul realça e as pessoas me olham e dizem: "Nossa, você tem olhos azuis".
         "Desde que nasci", costumo responder.
Lembro que quando guri isso era motivo de decepção. Ficava me perguntando de que adianta ter algo que o senso comum julga ser bonito se ninguém (ou poucos) nota? Tem-se um tesouro e não se pode aproveitá-lo.
          Durante muito tempo fui assim: alguém que acreditava não ser possuidor de beleza qualquer, apesar de algumas pessoas costumarem elogiar minha inteligência, minha liderança, minha escrita, minha criatividade, meus cabelos crespos e, de vez em quando, meus olhos azuis desmaiados.
          Vivia quando adolescente, uma realidade que sempre julguei pouco afável a mim. Hoje creio que era algum probleminha de autoestima, não sei. Na verdade, na maioria das vezes, eu não gostava daquele cara que me olhava do espelho. Poxa, ele podia ter cabelos lisos, podia ter menos espinhas naquele rosto tão claro, podia ao ir ao sol ficar bronzeado e não avermelhado, podia não ficar vermelho (o rosto pegando fogo) ao sentir vergonha, podia ter olhos azuis bem azuis. E eu ficava querendo tanto poder que, por vezes, era incapaz de perceber o que tinha, o que era.
          A vida na adolescência tem um tanto de abismo entre o ser e o querer ser. Um dia, esta distância abissal diminui. 
É certo, diminui.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Nasce uma coleção

          Em 2012, publiquei um de meus livros para a infância que mais sucesso fez no coração da gurizada. Mas não só, na verdade. Foi livro que trouxe outras alegrias: recebeu algumas distinções literárias e premiações importantes como Troféu Ofélia Fontes (FNLIJ), Prêmio Revista Crescer, White Ravens, sendo finalista do Jabuti e participando de algumas seleções, tais como o PNBE. Além disso, tornou-se o meu livro mais traduzido. Hoje, "Sete patinhos na lagoa" está disponível para crianças em quatro diferentes idiomas: francês, japonês, espanhol e coreano.


             Aí, um dia, conversando com a Eny Maia, editora da Biruta, que publicou este meu livro, ela me perguntou se eu não tinha algum outro original semelhante. Respondi mais ou menos assim: "Ter não tenho, mas posso escrever". E motivado por esta conversa, escrevi "Três porquinhos na floresta". Depois, imaginando como seria se uma girafa se tornasse astronauta, escrevi "Cinco girafas no espaço". E fomos nos dando conta de que havia surgido uma coleção. 





             E este ano nasce o quarto membro do grupo: "Quatro galinhas em alto-mar". Sempre achei galinhas bichos por demais bonitos. Elas têm um certo ar aristocrata em seu andar bípede. São bonitas, cantam, circulam como se estivessem acima do bem e do mal. Assim, fiquei pensando o que ocorreria se quatro galinhas-irmãs fossem convidadas para irem a uma festa de aniversário em alto-mar. Todos sabemos que este tipo de ave não nada. Ou será que na imaginação pode nadar?