sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um livro para professores

Pois é, aconteceu em minha vida de escrita o que vinha, de certa forma sendo soprado em meu ouvido há certo tempo. Mas negado: a escrita de um livro para professores. Na verdade, não é bem livro no sentido didático do termo. Não teço grandes teorias. Não uso linguagem acadêmica, naquela linha de usar palavras inacessíveis ao leitor comum ou termos especializados. Procurei escrever um livro que, como os de literatura, pudesse suscitar desejo de leitura, pudesse ser prazeroso e, ao mesmo tempo, suscitar algumas indagações. Queria escrever um livro que fosse gostoso de ler e que, ao mesmo tempo, pudesse ter uma discussão consistente. Discussão nascida não da teorização acadêmica, mas da experiência, da vida, do contato com livros em casa e na sala de aula. Assim surgiu A formação do leitor literário em casa e na escola. Livro nascido de um convite que a Eny Maia, editora da Biruta, me fez. Mais desafio do que convite. E eu, meio quixotesco, sem saber se teria condições de dar conta do recado, aceitei. Na Biruta, também publiquei o Meu pai não mora mais aqui, livro que me tem trazido alegrias muitas, quer pelo olhar positivo da crítica especializada que o tem feito participar de vários concursos literários, quer pelo retorno de leitores de todo o país, graças à sua indicação ao PNBE (Prova, aliás, de que a gurizada tá fazendo uso dos livros que o Governo Federal tem destinado às bibliotecas escolares).
Pois foi assim: a Eny convidou, cutucou, e eu aceitei o cutuco.
Escrevi um livro que quer dialogar, numa linguagem simples, com os professores. Livro que quer ser troca de experiências entre pessoas que curtem a leitura e que acreditam nela como fator de transformação. Dessa forma, optei em dividir o livro em três grandes momentos: minha experiência de leitura (como fui me transformando em leitor), minha experiência como pai que pretendia ter filhas leitoras e minha experiência como professor na formação de alunos-leitores. Há experiência, há reflexão construída a partir dos tantos anos de sala de aula e das tantas palestras, oficinas, e etc, que tenho realizado, há busca de apoio teórico, há sugestão de metodologia. Há.
Espero que esse livro possa ser carinho no coração de cada professor ao mergulhar em suas páginas (o que significará, também, mergulhar um pouco em minha vida). E logo logo ele estará por aí.

Outras Palavras 16 - Orígenes Lessa

Eu parto da fagulha inicial e o que acontece é que, quando a coisa pega fogo, começam a chegar ideias novas e fatos por explodir, que vou anotando às carreiras, para não perder a embalada,mas nem sempre volto a essas anotações, mesmo porque elas vão sendo superadas pelo qua vai acontecento... Eu reescrevo sempre, não há linha no mundo que não possa ser melhorada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mergulho no cenário...

A professora Marli Fiorentin e suas ideias. Amante da literatura e da informática, ela, que já ganhou vários prêmios pelo uso da informática na educação e que é uma expert em blogs, este ano leu com seus alunos de 8ª Séries, lá do Colégio Pe. Colbachini, o meu livro Debaixo de mau tempo (Artes e Ofícios) e resolveu — além de criar um blog, em que seus alunos interagem nos mais diferentes níveis com meu livro e com outros textos, numa teia intertextual muito rica — propiciar a seus alunos (e a mim!) um mergulho pelo cenário do meu livro. Assim, em plena feira do livro, fizemos um passeio pelo Guaíba: eu e meus leitores, numa tentativa bacana de penetrar, de verdade, no ambiente das palavras. Todos, olhos curiosos, talvez na tentativa de encontrar o Renato debaixo de alguma ponte. E até o tempo ajudou: o sol se escondendo e deixando muitas nuvens cinza darem o clima para o cenário. Momento ímpar. Valeu, pessoal!








Ah, o endereço do blog criado pela prof.Marli é http://debaixomautempo.blogspot.com/

Nele, quem quiser pode dar uma passeadinha com a gente pelo Cisne Branco. Há um vídeo-diário de nosso passeio.

domingo, 15 de novembro de 2009

Palavras 21


AMADA: Ela é o tudo, aquela que vem de mansinho e toma de súbito. E, uma vez tomados, nada nem ninguém nos libertará. Prisão desejada, repleta de surpresas, no dia que se faz, na cama que se desfaz.

Um e-mail de Teresina

Ao escrever um livro, nunca se sabe realmente onde ele vai chegar, que corações vai tocar, que relações estabelcerá com os leitores. Aí está, quem sabe, a mágica da escrita: as palavras são lançadas,voam, e o pouso jamais se tem muita clareza onde será. Assim, quando um e-mail como o da Bruna Campos chega até nós, vindo de longe, lá de Teresina (PI), a alegria se torna muita.

Nem sei direito como começo um e-mail ao autor do meu livro predileto (até agora). Se é vc que lê as mensagens do seu site eu não sei... mas de qualquer forma...!
Olha li o livro MEU PAI NÃO MORA MAIS AQUI. Realmente meu pai não mora mais comigo, e eu achei estranho porque esse livro (meu pai não...) tava na casa dele, junto com um montão de outros livros que ele me deu! Mas eu pensei: \"Meu pai, vai me dar um livro desse, sabendo do óóódiiio imeenso que eu tenho da esposa dele? Hmm, estranho?! MUITO. Eu odeio ela. Ela me odeia...♥\'Mas voltando ao livro.Levei o livro pra minha casa, (eu não moro com meu pai), passaram dois dias e eu nem tive coragem de pegar no livro; mais aí, o marido da minha mãe veio me tentar\"EU JÁ LI 39 LIVROS ESSE ANO!E VOCÊ BRUNA?\" eu respondi com a maior raiva do mundo que só li 11. É sério.EU li mesmo.Não perdi meu tempo com a coleção Twiligh, pelo menos, ainda não. Mas aí depois que ele falou aquilo, eu me senti TÃO analfabeta, e saí pela prateleira de livros procurando um decente pra ler.E vi o seu livro.Com um montão de bolinhas bonitinhas na capa.Eu não tava com nem um pouco de vontade de lê-lo.Mais ai, li o primeiro diário da Leticia.Gostei, eu tava me sentindo do jeito que VC escreveu, DESABANDO, mas era de raiva. =D
Li o primeiro do Tadeu, gostei muito. Bah, acredite ou não eu li aquele livro de 200 páginas numa madrugada! Eu pensei em parar e dormir, mais sabia que eu ia perder a imagem daqueles dois retardados, que quase me fizeram chorar, quando o pai do Tadeu morreu. Depois de falar tudo isso, quero dizer OBRIGADA, eu acho...Obrigada por ter me feito raciocinar que pelo simples fato da decisão do meu pai se separar (FAZ 4 ANOS MAS EU NÃO ACEITEI), não pode me fazer ficar de cama chorando. Eu li esse livro na madrugada de ontem. Dormi depois. A tarde eu saí, fui na casa das minhas amigas, e voltei a falar com amigos que estavam distantes de mim. OBRIGADA!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Mais um patronato...

Para quem escreve, a homenagem de uma cidade em sua feira de livro é honraria maior. Afinal, ser patrono, escolhido entre tantos autores e autoras que se dedicam com maestria à arte de escrever, acaba sendo marca na história daquele que resolveu criar mundo fictícios, ou poemas, ou ilustrações, ou reflexões... A vida de escrita tem seu tanto de sacrifícios (os inícios sempre são difíceis, e se não são apenas existem para confirmar a regra), mas também tem seu muito de alegrias, de trocas, de fantasias e de sonhos: mundos possíveis que se vão construindo a partir do desejo e da emoção de quem os cria.

Pois dia 06 de novembro fui homenageado na cidade de Presidente Lucena, em sua 8ª Feira do Livro. Momento de encontro com outros autores, mas sobretudo momento de ver meus personagens circulando pelo lonão. Felicidade sempre.


Agora, a minha história e a história da leitura no município de Presidente Lucena estão entrelaçadas. E isso é bom.


domingo, 8 de novembro de 2009

Dose Tripla

Nos últimos dias, que foram de bastantes viagens, de muitos eventos em Feiras, pouco tempo tive para postar alguma coisa por aqui. Quebro o jejum para partilhar a alegria se ser triplamente finalista em dois prêmio literários aqui do Sul.
Meu livro Meu pai não mora mais aqui é finalista, na categoria juvenil, dos prêmio Açorianos e AGES - Livro do Ano. E a Coleção Historinhas Bem, cuja autoria divido com Márcia Leite, é finalista na categoria Infantil do Açorianos.
Bacana ver que minhas histórias não tocam apenas o coração dos pequenos leitores.
Agora é aguardar os resultados.