sexta-feira, 28 de maio de 2010

Novas edições

Além de O tesouro Iluminado, meus livros A cor das coisas findas e Atrás da porta azul, agora publicados pela Artes e Ofícios, recebem nova edição. As histórias, em suas essências, as mesmas. Mudou um ou outro detalhes, a fim, justamente, de reforçar a intenção narrativa.





A cor das coisas findas (4ª edição)

Atrás da porta azul (2ª edição)





Pergunta de leitora

Uma leitora minha, a Bruna Ingryd, após leitura de um dos posts deste blog, me envia pergunta inquietante. Interroga ela: Mas, afinal, palavra tem magia?
Tem, Bruna, tem sim. A magia de nos transportar para mundos imaginários, mundos que a gente nem imaginava que podiam existir; a magia de nos transformar em gente mais gente: criativa, imaginativa, crítica; a magia de dar forma à vida; a magia de nos enredar em suas tramas e nos fazer mergulhar em universos fantásticos. Tantas são as magias das palavras.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mais um patronato

A gente, acho, começa a se sentir escritor, quando nossos personagens e nossas histórias começam a encantar os leitores e esse encantamento leva a algumas homenagens. Para quem escreve, neste estado cheio de feiras e de encontros literários, ser patrono de uma feira do livro que chega a sua 21ª edição sempre é motivo para festa. Estou em festa nos próximos dias. Sou patrono da feira de Guaíba, que ocorre de 25 a 29 de maio.


Ontem, na abertura, pude fazer soar o sino que aproximará livros e leitores, através de atividades e de encontros que, espero, possam atiçar no coração de muitas pessoas o desejo pela leitura, pela posse de livros, pela magia da palavra.



O carinho, a simplicidade, a alegria de meus amigos e amigas de Guaíba tem me feito me sentir em casa debaixo daquelas tendas que colorem a praça e parecem gritar para todos que passam que a festa é do livro.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um novo tesouro

Meu livro O tesouro iluminado, que conta as aventuras de Alva na Terra, ganha cara nova na edição, agora, pela Artes e Ofícios. Nada de novo na história, um ou outro pequeno ajuste. Sou daquele tipo de escritor que acredita que, se necessário, podemos interferir quantas vezes forem necessárias na busca da qualificação de um texto, mesmo que ele já tenha sido publicado. Uns veem tal postura como uma traição ao leitor. Não, ao contrário. Atitude de respeito, visto que, se o autor não escrevesse mais aquela história do modo como ela foi publicada em suas edições anteriores, por que não mexer? Claro que penso que tais mexidas não podem descaracterizar substancialmente a essência do original. Se isso for ocorrer, melhor escrever novo livro. Segue a capa da nova edição, feita pela Martina Schreiner, em seu primeiro trabalho de ilustração profissional. Ficou dez!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Crespusculando

Pois leio na Gazeta, jornal regional, que meus livros Viagem ao redor de Felipe e O rapaz que não era de Liverpool dividiram com o best-seller Crepúsculo a lista dos livros mais vendidos na 25ª Feira do Livro de Bento Gonçalves, da qual participei no Projeto A feira vai à escola. Bacana a notícia, surpresa por ver meus textos entre os preferidos, surpresa por encabeçarem a lista três livros para adolescentes, certeza de que a juventude tem lido e de que os livros seguirão, por muito e muito tempo, atraindo olhares, mentes e corações.
Acesse a matéria em http://www.gazeta-rs.com.br/noticia.php?id=9848

sábado, 15 de maio de 2010

Feiras aos montes

Muitas são as feiras, muitos são os eventos literários neste mês que se adianta em sua segunda metade. O que fica, no entanto, é a possibilidade de troca e de semeadura de sonhos e de desejo de leitura que se vai percebendo em muitos corações. Feiras devem ser culminância, momento de festa para aquilo que se construiu anteriormente. Feiras precisam ter um antes, um gênesis, caso contrário serão apenas eventos, nada mais.
Há feiras, e feiras. Nas semanas passadas, estive em Bento Gonçalves, feira que já atingiu a maioridade em sua 25ª edição; feira que desenvolve o projeto A feira vai à escola e em que o escritor é acolhido por seus leitores em seus locais de estudo. Em Bento, estive em quatro escolas. Muitos os carinhos, muitas as atividades, várias as trocas. No final, fica aquele sonho de que alguma palavra dita, alguma palavra lida, possa ter sido semente plantada para, quem sabe um dia, o broto da transformação seja desabrochar.
Ontem também estive em Cachoeirinha, cidade que tem respirado leitura, com seu projeto Livro Lido e seus encontros de formação de professores e de bibliotecários. Sempre é bom respirar palavras. Desta vez, retornei a Cachoeirinha, para participar do II Seminário de contadores de histórias.
Não sou contador profissional, assim apenas falei de minha experiência, memória fixada, retomada, retornada, quando me debrucei sobre a feitura de meu livro A formação do leitor literário em casa e na escola (Biruta). Ao pensar em minha história de leitura, fui percebendo a importância que a brincadeira com as palavras e a contação de histórias feitas por minha mãe tiveram em mim. Adivinhas, parlendas, canções de roda, cantigas de ninar, histórias de assombração, tudo um grande terreno para que o Caio Escritor surgisse. Antes dele, o Caio Leitor.
Sobre isso, foi que falei. Sobre a atração que as histórias têm sobre nós. Qualquer história, em qualquer momento da vida. O resto, diria Shakespeare, é silêncio. Mais nada.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Palavras 24


EXTRAPOLAÇÃO: A magia da leitura extrapola os limites de uma feira do livro, ela aproxima gentes, encanta leitores, estabelece pontes entre aquele que escreve e aqueles que os leem.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Caio Leitor 15 - O pastor de sombras

Tenho sido homem de leitura, de outro modo não sei ser. As palavras ficcionais, ou as poéticas, são sempre eco no dentro de mim, são sussurros de quero mais, criam aquilo a que chamamos de necessidade. Uns têm de comida, outro de amores, de dores, de tudo o mais. Eu tenho lá minhas fomes, uma delas: a leitura. A maior talvez.


Ando calado, sei, sobre o tudo lido. Palavras têm seu tanto de agarramento na gente, algumas nos prendem mais, outras provocam maravilhamentos, algumas passam, e só. Livros são assim, podem tatuar marcas na alma da gente ou apenas serem distração. Prefiro os primeiros.


E um que me provocou demais foi O pastor de sombras, escrito pelo meu amigo mineiro, o Luís Giffoni. Amizade construída a partir de um encontro na Feira de Porto Alegre e que se esticou através da troca de longas cartas em papel e caneta. Hoje já não mais, a rotina da vida deixando as trocas mais para e-mails. Mas presentes em forma de livros ainda chegam (e vão) dentro de envelopes pardos. Pois foi assim que Manoel da Cruz, o protagonista de O pastor de sombras, chegou até mim.


Giffoni revive o mundo barroco no que tem de dúvida, de angústia existencial, de jogo com a fé e as contingências da vida. Um padre poderoso, um homem de verdades, que vai se revelando através de sua fé, uma fé que faz concessões em demasia e que nos oferece um retrato chocante, que lanha nossas costas com os mesmos chicotes e açoites que vertem sangue do jovem sobrinho do bispo ao tentar reativar sua fé, nublada por outros saberes, outros desejos. Livro que machuca. Ah, eu andava sentindo falta de algo assim.

domingo, 9 de maio de 2010

Andanças

Abril e maio têm sido meses de andanças pelo Rio Grande e por caminhos mais além. No final do mês passado, estive em Poços de Caldas, na Flipoços. Não conhecia a cidade e nem a feira, que já anda por seu quinto ano.
Cidade de praças e águas termais, de passeios de charrete em meio a automóveis...
Lá conheci pessoas bacanas, gente que, como eu, curte as palavras, lendo-as ou escrevendo-as ou musicando-as.
Cidade de muitas praças, de montanhas, de estátua do Cristo Redentor...
No centro, bem dentro da Casa de Cultura, espaço para livros e para discussão de ideias. Entre os tantos encontros, momentos de conhecer a poesia e a música do Flávio Brasil, gaúcho de Bagé, já no há muito por Porto e a gente sem se cruzar.
Cidade de queijos, de doce de leite, de beijo de moças (o doce)...
Momento também para trocar ideias com o Scliar, sempre palavra tranquila, sempre presença afetiva, nada da vaidade excessiva que, por vezes, assola os "imortais". Sua palestra foi mergulho em sua trajetória de vida e de escrita, foi partilha.No final, dia bacana, pena tenha sido curto para o tanto que Poços oferece.