Muitas são as feiras, muitos são os eventos literários neste mês que se adianta em sua segunda metade. O que fica, no entanto, é a possibilidade de troca e de semeadura de sonhos e de desejo de leitura que se vai percebendo em muitos corações. Feiras devem ser culminância, momento de festa para aquilo que se construiu anteriormente. Feiras precisam ter um antes, um gênesis, caso contrário serão apenas eventos, nada mais.
Há feiras, e feiras. Nas semanas passadas, estive em Bento Gonçalves, feira que já atingiu a maioridade em sua 25ª edição; feira que desenvolve o projeto A feira vai à escola e em que o escritor é acolhido por seus leitores em seus locais de estudo. Em Bento, estive em quatro escolas. Muitos os carinhos, muitas as atividades, várias as trocas. No final, fica aquele sonho de que alguma palavra dita, alguma palavra lida, possa ter sido semente plantada para, quem sabe um dia, o broto da transformação seja desabrochar.
Ontem também estive em Cachoeirinha, cidade que tem respirado leitura, com seu projeto Livro Lido e seus encontros de formação de professores e de bibliotecários. Sempre é bom respirar palavras. Desta vez, retornei a Cachoeirinha, para participar do II Seminário de contadores de histórias.
Não sou contador profissional, assim apenas falei de minha experiência, memória fixada, retomada, retornada, quando me debrucei sobre a feitura de meu livro A formação do leitor literário em casa e na escola (Biruta). Ao pensar em minha história de leitura, fui percebendo a importância que a brincadeira com as palavras e a contação de histórias feitas por minha mãe tiveram em mim. Adivinhas, parlendas, canções de roda, cantigas de ninar, histórias de assombração, tudo um grande terreno para que o Caio Escritor surgisse. Antes dele, o Caio Leitor.
Sobre isso, foi que falei. Sobre a atração que as histórias têm sobre nós. Qualquer história, em qualquer momento da vida. O resto, diria Shakespeare, é silêncio. Mais nada.
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Um comentário:
Caio, tua participação no II Seminário foi muito bacana, e, diria, generosa. Trocar ideias, ouvir histórias, contar histórias, são funamentais para a construção de uma nova perspectiva de vida. A partir das tuas histórias/memórias, poderemos reconstituir as nossas. As vezes precisamos ouvir dos outros, aquilo que temos de mais precioso, a memória, a própria história.
Valeu! Valeu! obrigada!
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