segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Livro virado rap

A escola Campos do Cristal, a qual visitarei em breve dentro das atividades do projeto Adote um escritor, me presenteou no dia dos professores com um rap realizado pelos alunos. O rap anda nas bocas de crianças e de adolescentes, utilizá-lo como recurso para ir ao encontro dos pequenos sempre se revela atividade interessante, desde que também sirva para capacitá-los como leitores e para fazê-los perceber que a vida tem muito mais letras e músicas do que o rap. Bacana perceber, também, que minha palavras literárias podem conversar com outros ritmos, com outras manifestações, aproximando leitores e escritor. Segue, então, o rap da Campos.


Caio no Rap

Eu li num livro
Que o Caio Riter escreveu
Que ninguém precisa ser que nem eu.
Todo mundo
Pode ser diferente Ninguém precisa ser Como a gente.

Eu venho pra escola
Pra estudar
Eu quero aprender
Pra crescer
Eu quero trabalhar
Para mudar

Vou correr atrás dos sonhos
E poder realizar
Assim a minha vida
Vai melhorar...

Ah! E a prof. de espanhol também
E todo mundo leu entrou no rap:


Voy corriendo atrás
de mis suénos
Y poder realizar

A sí mi vida
Vá mejorar!

Caio Cronista 1

Em agosto, desafiado pelo Fernando, que agita Porto Alegre com o Jornal Vaia e os eventos do FESTIPOA e do VERBALADA, iniciei a prática de cronista. A partir de outubro, começo a partilhar com os leitores deste blog meu mergulho nas palavras cronísticas. Abaixo, crônica em que falo sobre minha relação com Morro Reuter, cidade que me homenageia como patrono de sua feira do livro e com a inauguração de um biblioteca escolar com meu nome.








Leitura: prazer e necessidade
(Breve crônica sobre minha relação com a cidade de Morro Reuter)

Caio Riter

Em 1998, há dez anos portanto, cheguei pela primeira vez a Morro Reuter. Lembro que foi encantamento à primeira vista. As ruas, as casas, a praça central e o carinho de muitos leitores fizeram nascer a sintonia. Há coisas que não se explicam bem, a gente sente e pronto. E, naquele dia, senti que a pequena cidade que me acolhia, escritor iniciante, ainda estaria presente de forma mais significativa ainda em minha vida literária.
Gosto de estar em Morro. Gosto de perceber a atmosfera de leitura que envolve o município. Gosto de ser participante desta história de construção de cidadania via literatura. Afinal, acredito que a leitura literária transforma. E para melhor. Aquele que lê sempre será pessoa de maior grandeza. Aquele que propicia que outros leiam, que leva o livro às mais tenras ou às mais cansadas mãos também é grande. Assim, sempre é bom lembrar as palavras do poeta condoreiro: Bendito o que semeia livros, livros à mão-cheia, e faz o povo pensar..
Em Morro Reuter, percebe-se que a leitura não á apenas teoria, “coisa da boca pra fora”. Não, livro é necessidade que se construiu e solidificou-se graças ao empenho de muitos e, espero, de cada vez mais gente. Há, percebo, a clareza de que ler é condição essencial para a cidadania.
Quando penso a leitura e os mitos que a envolvem, penso também que a literatura ainda carece de olhares diferenciados sobre algumas “verdades” que se impõem e que, muitas vezes, não recebem o devido e merecido questionamento. Por exemplo, fala-se muito sobre o prazer de ler. Há sempre alguém a propagar que a leitura não pode ser obrigatória, que deve ser uma opção prazerosa e livre. Discordo. A leitura é libertária, sim, mas — até a pessoa dar-se conta de sua necessidade — políticas públicas, projetos escolares, adultos multiplicadores de leitura fazem-se necessários. Ora, se acreditamos que algo é bom, temos a obrigação de divulgá-lo, de estimulá-lo, de propiciar que mais e mais seres possam se encantar e usufruir deste bem. Qual a mãe consciente e zelosa que permitirá que seu filho faça apenas o que tem vontade, que coma o que quiser, que durma a hora que julgar mais adequada? Uma mãe atenta impõe limites, indica caminhos, diz sim e não, sempre que necessário. Ser mãe é ter responsabilidade com o adulto de amanhã. Pois em relação à leitura penso de forma semelhante. Se queremos uma comunidade leitora, devemos pensá-la, projetá-la, estabelecendo critérios e políticas para tal. Assim, a leitura não se limita ao prazer, mas à necessidade.
Duas palavras-chave, hoje, para se pensar a leitura: prazer e necessidade. Ao se falar em prazer, geralmente se pensa em entretenimento, em passatempo. Leitura é mais que isso, tem que ser muito mais que este tipo de prazer, que, aliás, é facilmente substituído. Quando penso no prazer da leitura, penso num prazer estético: deliciar-se com o texto, descobrir sua arquitetura, envolver-se com seu ritmo, com sua musicalidade, perceber e desvendar suas metáforas e, assim, atingir um estado de deleite com o próprio texto. Nele e para ele. Este é o prazer de que falo. Este apenas a literatura pode promover. Tal deleite, no entanto, não nasce com o indivíduo, não aparece naturalmente (pelo menos na maioria dos casos), precisa de alguém que oriente, que “ensine” os leitores, que os qualifique no desejo de mais e mais descobertas estéticas nos textos que lê, que lhes aponte: “Olha esse livro. Ele é muito legal!” Para tal, a necessidade de orientadores conscientes de seu papel como formadores e qualificadores de novos e de mais leitores se faz urgência.
Mas e a tal da necessidade? Pois bem, hoje se fala muito também (e isto acaba sendo motivo limitador para a formação de leitores) que o livro é caro. É caro, penso, para quem ainda não fez dele uma necessidade, algo vital. Retomo aqui a imagem da mãe zelosa (ou do pai, ou de qualquer adulto cuidador). Qual deles, se uma criança amada conseguir provar que necessita de algo, não moverá mundo e fundos para saciar tal necessidade, mesmo que não possua recursos imediatos para tal? Creio que todos. Logo, se o livro é caro e muitos relutam em disponibilizá-lo às crianças, isso se dá em virtude de não perceberem na leitura uma necessidade. Livro precisa ser necessário, precisa ser elemento vital, essencial. Assim, falta, por vezes, aos educadores tal convicção, tal prática: tornar seus alunos necessitados de livros. Todavia, só contaminamos os outros com tal necessidade quando nós também nos tornamos carentes de leitura. E, nesse caso, preço deixa de ser limitador.
Desta forma, duas posturas me parecem fundamentais para todo aquele que deseja formar leitores: auxiliá-los na descoberta do verdadeiro prazer literário (aquele que não é mero passatempo) e torná-los seres necessitados de livros, de leitura de qualidade. Assim, com certeza, estaremos formando cidadãos mais críticos e mais sensíveis. Seres, aliás, de que a sociedade em que vivemos precisa. E muito.
Morro Reuter, creio, tem como norte tal sociedade. Sua tradicional feira do livro, seu seminário de leitura, suas bibliotecas “apadrinhadas”, seus saraus, seus luaus e tantas outras atividades que ocorrem, com certeza, no interior das salas de aula nas diferentes escolas do município — todas representadas pelo singular obelisco — são passos sólidos na formação de gente que crê que ler faz, e sempre fará, diferença.
Dez anos pode ser muito, pode também ser quase nada, sobretudo quando a gente se sente parte de um projeto maior. Assim, se minha primeira entrada em Morro foi tímida, completo esta década curtindo duas homenagens que ficarão marcadas em minha história de escritor. 2008 é ano ímpar. Ano em que sou o patrono da feira do livro de Morro Reuter e em que a escola Dom Bosco dá a sua biblioteca o meu nome: Biblioteca Caio Riter. Que mais um autor pode desejar?.



segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mesa-redonda sobre Literatura Infanto-juvenil

Dia 25 de outubro, 14h, a livraria Letras & Cia sediará a mesa-redonda Literatura Infanto-Juvenil: Possibilidade De Salvação
Debate com Beatriz Abuchaim (Escritora e Psicóloga), Luiza Mota (Coordenadora do projeto PPEL, em Caxias-RS), Ivan Zigg (Escritor e Ilustrador) e Hermes Bernardi (Escritor), mediados por mim.
A idéia e problematizar em que medida a literatura, enquanto expressão artística, revela-se possibilidade de saúde, não apenas nos aspectos psicanalíticos, como já foi analisado por Bruno Bethelhein, em seu conhecido livro A psicanálise nos contos de fada, ou por Mário e Diana Corso, em As fadas no divã, mas sobretudo a leitura como porta para o imaginário, para a visão crítica sobre o mundo, para a saúde sócio-cultural.
A mesa não se propõe dar respostas, mas sim discutir tal abertura.
Na Letras & Cia (Av. Osvaldo Aranha, 444, telefone: 3225-9944).

Reinações de Sylvia Orthof


Dia 23, quinta-feira, às 19h, na Letras e Cia, Osvaldo Aranha, 444, os confrades vão se debruçar sobre a obra de Sylvia Orthof. Os encontros da Confraria da leitura REINAÇÕES são abertos a quem tiver interesse. Rolam conversas e debates despretensiosos, mas bastante questionadores e esclarecedores do fazer literário para crianças e adolescentes. Cada encontro boas surpresas, desejo de sempre estar. Neste, a coordenação será de Maria da Graça Artioli.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Retratos de Caio 7

Na terça, dia 07, passei uma agradável tarde na escola municipal Paulo Freire, em Gravataí, a convite da professora Marlise, que já há alguns anos convida seus alunos a enveredarem nos universos literários inventados por mim. De lá, vem a mensagem abaixo e o retrato feito pelo Igor Leal.

Mensagem:

Ao escritor Caio Riter,
A arte de escrever é um dom que poucos desenvolvem. Só os mais sensíveis são capazes de captar do cotidiano assuntos ou temas que falam de gente, sentimento, de pessoas. Parafraseando Rubem Alves, "o escritor não é alguém que vê coisas que ninguém mais vê. O que ele faz é simplesmente iluminar com os olhos aquilo que todos vêem, sem se dar conta... para que o mundo já conhecido seja de novo conhecido como nunca o foi". Obrigada pela sua presença e contribuição literária em nossa escola. Márcia Damiani e Analice Carbonera


Retrato:

sábado, 11 de outubro de 2008

Caio na mídia: Entrevista ao Jornal do Brasil

Abaixo, entrevista concedida à jornalista Beatriz Tafner e publicado no Caderno Idéias, hoje.

Doçuras e dores da adolescência

Beatriz Tafner, Jornal do Brasil

RIO - Meu pai não mora mais aqui destaca-se da literatura jovem em geral. Apesar da temática adolescente, o livro de Caio Riter pode ser lido por todas as idades, mesmo que os protagonistas, Letícia e Tadeu, tenham 13 anos: embora os assuntos tratados sejam o de qualquer rodinha de garotos e garotas, não seria surpreendente ouvi-los nas mesas de bar que reúnem pais e mães. Fala-se do tal sentido da vida, das pessoas partindo e, afinal, de por que elas morrem. Fala-se. Mais do que isso: pensa-se. O tempo todo. Um bocado por conta do formato escolhido pelo autor: a história se desenrola a partir de uma tarefa de aula de português, escrever um diário. Comuns, com suas dúvidas, medos e desejos, os dois heróis apresentam, cada um em um capítulo, uma anotação, aproximando o despretensioso livro juvenil da clássica rebuscada tradição do romance epistolar – aquele em que os personagens escrevem na forma de cartas, diários etc. Riter, entretanto, garante que nunca quis cair no modismo de uma literatura que ultimamente faz romances em forma de blog, cartão postal, e-mail. “Penso em uma narrativa que possa ser lida com encanto hoje, mas também amanhã. Um texto que comunique sempre”, diz. Riter é professor de língua portuguesa do ensino médio, o que talvez explique sua intimidade com o universo jovem. Nesta entrevista, o escritor, também pai de adolescentes, abusa da intensidade dessa fase, enquanto brinca com o fato de tudo ser passageiro, e decreta, diante dos conflitos que testemunha na vida e recria no papel: “Estar adolescente é estar doente” – ou seja, adolescer é adoecer.
Como você optou pelo formato de diário dos protagonistas? Houve a intensão de se inserir em uma tradição de “romance epistolar”?
Há muito vinha sentindo o desejo de produzir uma novela juvenil em forma de diário. No entanto, andava também à procura de uma história que tivesse a ver com a narrativa epistolar, visto que acredito que cada trama exija, de certa forma, uma estrutura que a sustente. Escrever em forma de diário, entretanto, poderia resultar num texto sem novidade, visto que há muitas novelas juvenis estruturadas dessa maneira. Pensei, então, no motivo que levaria Letícia, uma das protagonistas, a produzir um diário. A idéia veio de uma conversa com um garoto que me falou que sua professora havia solicitado a sua turma que produzisse diários. Achei a idéia interessante. Descobri ali o motivo para minha personagem sentir-se “obrigada” a iniciar a escrita de um diário. Dei-me conta que, se a turma fora convocada a escrever o diário, além da Letícia, seus colegas também teriam de realizar tal tarefa. Entre eles, meninos e meninas. Nasceu então a pergunta: que diferenças haveria entre um diário de uma garota e o de um garoto? E resolvi intercalar as reflexões de Letícia em seu diário com as encucações de Tadeu, seu colega de classe. Dois diários, duas vozes, dois modos de ver a vida e o adolescer. Meu pai não mora mais aqui, desta forma, insere-se numa tradição de textos epistolares de forma não intensional. Na verdade, não é a primeira vez que uso tal artifício. Em A cor das coisas findas, há momentos em que a personagem Eduarda se revela através da escrita de um diário, todavia, diferentemente de Meu pai não mora mais aqui, o narrador predominante é onisciente, em terceira pessoa.
Ao mesmo tempo, o romance epistolar também se tornou parte de um modismo “impressionista” de livros que adotam formas de outras mídias, como diários, blogs, trocas de e-mails... Era seu objetivo?
Em nenhum momento me passou pela cabeça ir ao encontro de algum modismo. Até por que os modismos passam e são superados por outros. Quando produzo um texto, penso na possibilidade de ele não ficar ligado a alguma vertente, em uma narrativa que possa ser lida com encanto hoje, mas também amanhã. Um texto que comunique sempre. Essa talvez seja a empreitada mais difícil: mergulhar na nostalgia do meu adolescer, ficcionalizando-o e estabelecendo uma ponte entre a minha experiência e a adolescência atual. Para tal, é importante conversar com a adolescência no que ela tem de perene, de eterno, ou seja, estabelecer um diálogo com o jovem atemporal. Para tal, os modismos acabam sendo limitadores. Quando surge a idéia de uma história, busco pensar qual a melhor estrutura para dar conta do tema, independentemente de modismos ou tradições. Qualquer enquadramento é papel da critica e não de quem escreve.
O livro, apesar da temática de perdas e rompimentos, é muito bem humorado...
Adolescer é assim. Estar adolescente é estar doente. E esse estado de convalescença, esse meio-termo entre infância e maturidade, é oscilante. Adolescentes são sempre inteiros em suas paixões: quando amam ou sofrem, fazem-no com total intensidade. Têm diversas facetas: entristecem-se, choram, riem, amam, odeiam, jamais são indiferentes. Seus estados de alma, assim como são intensos, são também passageiros. Sou professor e pai de adolescentes. Convivo muito com eles e gosto de observá-los, de perceber-me em seus arroubos, em suas rebeldias sem causa, em seus desejos de mudança. E isso me fascina, interessa-me como escritor, entender a adolescência, esse período febril.
Tadeu foi inspirado em um jovem que se correspondia com você por e-mail/MSN...
Conheci o Tadeu Fiorentin através de um trabalho de literatura que a escola dele, no município de Nova Bassano (RS), promoveu. A professora Marli sugeriu que seus alunos enviassem e-mails ao autor do livro que tinham lido: eu. Assim, meus primeiros contatos com o Tadeu foram virtuais: e-mails, depois MSN. E, nas conversas com o adolescente de 14, 15 anos (em 2005) que me falava de sua vida, partilhava seus sonhos, pedia conselhos, eu ia recuperando um tanto de meu tempo de adolescer. Experiência bacana em que as quase três décadas de distância não foram empecilho. Nossas conversas eram troca entre dois tempos que se encontravam, tendo como essência o gostar de livros. Num desses encontros, Tadeu, meio indignado, me contou que sua professora de português lhe dera como tarefa a confecção de um diário. Tentei aconselhar meu amigo, dizendo-lhe que seria legal escrever um diário. “Imagina, cara, daqui a alguns anos, tu poderá saber o que pensava o Tadeu-adolescente”. Não o convenci muito, mas eu, que já pensava em escrever a história de uma jovem cujos pais se separam e ela tem dificuldade em aceitar a nova situação, descobri naquela conversa que poderia estruturar meu novo livro em forma de diário. Através da escrita, a protagonista iria vencendo suas dificuldades. E descobri mais: que poderia, em vez de criar um diário, organizar o livro em forma de dois: um diário de uma garota e um de um garoto. Decidi, então, que o guri seria o Tadeu. Quer dizer, não bem o Tadeu real, mas um Tadeu criado à imagem e semelhança do verdadeiro. Aí fui “dando corda” para meu amigo, fui perguntando mais sobre sua vida, seus desejos, inclusive “colando” frases literais digitadas por ele, frases espirituosas, repletas de verdades adolescentes, e que foram para o livro de forma literal. Meu personagem foi assim se tornando nosso. Mandava fragmentos do livro e vibrava com a sua enorme empolgação ao ver-se ficcionalizado, matéria-prima de meu livro. E, como diferente não poderia ser, meu livro é dedicado a ele.

Perfil: Caio Riter
Nascido em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Caio Riter tem 46 anos. É bacharel em comunicação social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio grande do Sul, licenciado em letras, mestre e doutor em Literatura Brasileira. O escritor é ainda professor de língua portuguesa, e ministra oficinas literárias de narrativa desde 1999. Riter tem em seu currículo obras como O rapaz que não era de LIverpool.
[19:32] - 10/10/2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Outras palavras 12 - Mario Quintana

Um poeta deve escrever como se fosse o último vivente sobre a face da terra. — Então, para que escrever? — Por isso mesmo! Como o último vivente, ele não tem de pensar no que pensarão os outros. Às vezes, — às vezes? — muita vez o poeta é induzido a modas, quando na verdade não há nada tão ridículo como os figurinos da última estação. Só nunca sai da moda quem está nu.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Alegria dupla

Ontem, recebi telefone da Eny Maia, editora da Biruta. Estava conversando com leitores da Escola Municipal Paulo Freire, em Gravataí. Pois a notícia eradas melhores. Daquelas que fazem o coração festejar. Ela dizia que meu livro Meu pai não mora mais aqui, recentemente lançado, havia sido selecionado para o PNBE. Vibrei. E, ao chegar em casa, abro e-mail da Sâmia Rios, editora da Scipione, e lá estava escrito que meu outro livro, Teiniaguá, a princesa moura encantada, também havia sido selecionado. Emoção dupla. Afinal, ser selecionado pelo PNBE significa, além de grandes tiragens, possibilidade de ser lido pelo Brasil inteiro. Maior chance de existir, de fato, como escritor e de minhas histórias poderem tocar mais corações.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Novos minicontos


A Casa Verde, a editora mais ligada ao miniconto de que o Brasil já teve notícia, lança dia 13/10, segunda, sua nova coletânea de minicontos. Já é a quarta. Antes houve, Contos de Bolso, Contos de Bolsa, Contos de Algibeira e, agora, surgem os Contos Comprimidos, organizados pelo médico e escritor Fernando Neubarth. Lá há dois contos meus, produzidos a convite do Fernando, tendo como temática o universo da saúde. Reunião bacana de diversos autores, das mais diversas tendências, que se debruçam sobre este "novo gênero" na busca de fazer literatura.
Dia 13/10, a partir das 19h30min
No Centro Cultural AMRGS, Av. Ipiranga, 5311
Estacionamento Liberado.

domingo, 5 de outubro de 2008

Caio na mídia: Correio do Povo

As perguntas de dois jovens
"Meu pai não mora mais aqui", de Caio Riter, (Editora Biruta), que integra a coleção "Leituras Descoladas", conta a história de dois jovens. Letícia e Tadeu confessam os seus desejos, mostram os seus dramas e suas inquietações e revelam os seus segredos mais íntimos. Eles estão escrevendo um diário, a pedido da professora de Língua Portuguesa, e o que era uma tarefa nada simpática acaba se tornando uma experiência de descobertas. Como numa conversa com o leitor, os personagens fazem muitas perguntas, como: qual o sentido da vida? Por que as pessoas morrem? Ou por que se ama a pessoa errada? Caio Riter é doutor em Literatura Brasileira pela UFRGS e já recebeu diversos prêmios por suas publicações. Correio do Povo, Arte e Agenda, Domingo, 28 de setembro de 2008, pag.2.

PROLER-CAXIAS

De 02 a 04 de outubro, aconteceu em Caxias do Sul, o 15º Seminário Estadual de Leitura - PROLER: uma iniciativa da Prefeitura de Caxias do Sul, por meio da Secretaria da Cultura - Programa Permanente de Estímulo à Leitura (PPEL / Livro Meu).
Na ocasião, ministrei a oficina Por uma proposta de formação do leitor crítico: mitos e metodologia, em que abordei questões como o mito do prazer da leitura e a necessidade de haver critérios claros para a seleção de um acervo de qualidade, que seja matéria-prima para um metodologiaa que, de fato, forme leitores.
O 15º Seminário Estadual de Leitura – PROLER teve 10 oficinas e 300 vagas previstas. O encontro ocorreu dentro da programação da 24ª Feira do Livro, dias 02, 03 e 04 de outubro, no Bloco J da UCS, com o objetivo de ampliar condições de reflexão sobre as mais diversas práticas leitoras, articulando-as de forma crítica e criativa com outras expressões culturais, bem como elaborar ações promotoras e multiplicadoras de leitura.

A palestra de abertura “Ler é somar-se ao mundo”, a coordenadora da Jornada Literária de Passo Fundo Tania M. K. Rösing (RS) abordou a necessidade de a leitura fazer parte desde a vida intrauterina, bem como a importância de pais contadores de histórias, cantadores de canções, de parlendas, de brincadeiras com as palavras. A leitura sendo parte fundamental na abertura de olhares para o mundo.

Confira as demais oficinas do 15º PROLER:* Como trabalhar temas polêmicos na escola - Ana Cláudia Ramos (RJ)* Um livro na mão e muitas idéias da cabeça - Cynthia Maria Campelo Rodrigues (RJ)* Contos de Ensinamentos e Encantamentos - Eládio V. Weschenfelder (Passo Fundo)* Literatura, cultura e subjetividade - João Cláudio Arendt (Caxias do Sul)* A crônica como incentivo ao hábito da leitura - Nivaldo Pereira (Caxias do Sul)* Imagem Palavra - Roger Mello (RJ)* Reconto e Histórias Populares - Rogério Andrade Barbosa (RJ)* Oficina de projetos de leitura - Gláucia Mollo (Campinas)* Incentivo à leitura através do teatro - Zica Stockmans (Caxias do Sul)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Retratos de Caio - 6

Abaixo, um leitor, aluno da EMEF Campos do Cristal, retratando-me, em atividade motivacional para o encontro que teremos em breve.

Caio na Campos

E mais uma vez participo do Adote um escritor, uma parceria entre a CRL e a PMPA, que visa à formação crítica do leitor literário, através de um projeto consistente que, não apenas possibilita o encontro entre um escritor e os alunos de determinada escola, mas, na verdade, fomenta a leitura e aproxima o escritor de seus leitores. Ou seja, as escolas recebem verba para a compra de títulos da obra do escritor adotado, qualificando e renovando o acervo da biblioteca escolar, bem como promovendo a leitura atenta e a troca com o autor. Participar do Adote sempre reserva boas surpresas, como a mensagem que recebi da Sandra, diretora do EMEF Campos do Cristal, que me adotou. Veja abaixo:


"Oi, Caio!
Nossa Escola está respirando "Caio" em todos os seus cantos e momentos. Estamos viajando no teu fusquinha cor de rosa, perseguidos pelo grande dragão verde da Eduarda, tentando sair do reino todo quadrado que é nossa estrutura curricular e envolver cada vez mais nossa comunidade na teia de silêncios e sons que o teus livros nos levam. Em anexo alguns destes momentos proporcionados e vividos por todos para que saibas que te aguardamos com muito carinho e ansiedade. Um grande abraço, Sandra- Diretora da Escola Campos do Cristal."