sábado, 25 de janeiro de 2014

Legenda fotográfica II


O verde se arvora céu, mas também o é, mesmo que não saiba. E o céu todo cinza, é cinza e é céu, é cinza e é seu.

Livros e McDonalds: temperar a imaginação

PublishNews - 23/01/2014 - Leonardo Neto 

McDonalds vai distribuir 10 milhões de livros na América Latina em 2014 

O McDonalds quer se transformar, em 2014, na maior rede de livrarias do Brasil. Isso mesmo. Você não leu errado... Em fevereiro, a rede de fast foods vai dar livros infantis na compra do McLanche Feliz. A campanha, que acontece em toda a América Latina, promete distribuir 10 milhões de exemplares em 2014. De acordo com Hélio Muniz, diretor de comunicação para o Brasil, 50% disso ficará nas mais de 700 lojas do McDonalds espalhadas em 159 municípios de todos os estados da federação. “Estamos muito felizes em usar a nossa grande capilaridade para estimular o hábito de leitura entre as famílias”, comemora o diretor.

A edição ficou por conta da Planeta. “Procuramos uma editora que tivesse a capacidade de chegar em diversos países da América Latina e, nesse sentido, a Planeta foi a parceira mais adequada”, comentou Muniz.

A campanha será feita em dois rounds. O primeiro, marcado para começar em 25 de fevereiro, vai distribuir seis títulos de autores nacionais. Encabeçando o time, Ana Maria Machado, com o inédito De noite no bosque, que conta uma história que mistura vários clássicos infantis contados por dois irmãos. Dois poemas (A Casa e O Pato) de Vinícius de Morais musicados pelo Poetinha e por Toquinho no álbum Arca de Noé estão em outro título da coleção. Caio Ritter (com Menino qualquer), Lalau (Você pergunta, a poesia responde), Márcio Vassallo (A voz da minha mãe), Leticia Wierzchowski e Marcelo Pires (O farol e o vaga-lume) completam a coleção.

Essa não é a primeira vez que o McDonalds dá livros a seus clientes. Em novembro de 2013, a uma campanha distribuiu livros nas áreas de ciências e física, mas que, de acordo com Isabela Almeida, gerente de marketing da empresa no Brasil, não teve o alcance que terá agora. “Essa é a primeira vez que fazemos essa campanha de livros exclusivamente com autores brasileiros. A gente entendeu que era hora de trazer uma nova edição com livros mais lúdicos, escritos por escritores que já têm a linguagem do universo infantil”, comentou Isabela. Além do texto, os exemplares trazem atividades e uma cartela de stickers que permite que os leitores recontem as histórias lidas no livro. Em novembro, será feita uma nova campanha.

Em nível mundial, essa onda de dar livros na compra de lanches do McDonalds começou na Europa, há dois anos. A ideia é que se torne uma campanha sazonal, mas permanente no Brasil. No período da campanha, o McDonalds estuda levar contadores de histórias e autores para sessões de autógrafos nas suas lojas. “Se a gente fizer que uma criança saia das nossas lojas com um livro e compartilhe com um amiguinho, teremos a nossa missão cumprida”, comentou Daniel Arantes, diretor de planejamento de marketing para América Latina da companhia. “Dizem que poesia não enche barriga, mas enche a alma... Nossos clientes vão poder sair dos nossos restaurantes com a barriga e alma cheias agora”, finalizou Arantes.

É política do McDonalds vender os brindes do McLanche Feliz, independente da compra do kit. Pais e crianças que quiserem adquirir um exemplar terão que desembolsar R$ 9,50.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Barbárie

Um jovem foi assassinado barbaramente.
Era pobre, era negro, era gay.
Era, com certeza, cheio de planos. Talvez visse o futuro, como a grande maioria dos jovens vê: como algo promissor. Talvez sonhasse com um mundo mais humano. Talvez fosse idealista (jovens são idealistas). Talvez acreditasse em uma sociedade fraterna, mesmo vendo diariamente nas ruas ou na mídia exemplos de egoísmo.
E este jovem foi barbaramente assassinado.
Talvez por ser pobre, talvez por ser negro, talvez por ser gay.
Na hora da morte, talvez tenha visto seus sonhos despedaçados, talvez tenha chorado, gritado, tentado alguma reação, algum pedido de socorro, que não foi ouvido. Nas casas, todos dormiam o tranquilo sono dos justos. Na rua, um jovem brasileiro tinha os dentes arrancados, tinha o corpo torturado, tinha a vida assassinada.
E, cada vez que um crime brutal destes ocorre, sinto que nos amordaçamos, sinto que a sociedade cala, mais preocupados que estamos em nos proteger atrás de nossas cercas elétricas. Porém, outros jovens estão sonhando. Brancos, negros, índios, gays ou héteros, pobres ou ricos, eles trazem em si a alma repleta de sonhos. Sonhos que não podem ser destruídos em nome de uma moral excludente, violenta, suja.
Quero (ah, como quero) saber que minhas filhas poderão andar pelas ruas livres de qualquer perigo, independente das escolhas que façam ou daquilo que são. Quero uma sociedade que não cale diante da barbárie. Quero que a juventude possa sempre crer na possibilidade de renovação.
Quero que jovens não mais sejam barbaramente assassinados.

Quero o óbvio. Quero o clichê, por mais clichê que possa ser desejar respeito, liberdade, paz.