Hoje tudo é visto com olhar enviesado pelas milícias de plantão. Tudo pode ser o que não é. Qualquer palavra, qualquer gesto pode ter por trás de si algo que seu mentor não pensou, não quis fazer ou dizer. Mas as milícias do politicamente correto estão a postos, prontas pra colocar quem quer que for diante do carrasco, e este será implacável. Acusará, torturará se for preciso, a fim de que o outro (aquele que nem tinha - e talvez não queria - que seu gesto causasse a polêmica que causou). Ah, certo, dirão que devemos ser responsáveis por nosso atos, por nossas palavras. Concordo. Todavia, não posso aceitar que intenções sejam colocadas em atos comuns e, creio, inocentes.
Vivemos, dessa forma, amedrontados. Quem escreve sabe disso: nossos vilões hoje têm de ser hieginizados: brancos, ricos, homens. Aì, pode, aí o preconceito não existe, aí o politicamente correto encontra abrigo. Mas será? Acabamos por transformar o que tem menos valia social no mocinho da história.
Meu amigo Rubem Penz, cronista de qualidade, tocou em tal questão em belíssima crônica "Onde estão os japoneses", publicada no CP e em seu blog (http://rufardostambores.blogspot.com/2011/12/onde-estao-os-japoneses.html), quando fomos eleitos os novos diretores da AGES: associação gaúcha de escritores e só havia uma mulher na diretoria. Nós não havíamos chamado o Conselho Fiscal para a foto ( nele, as mulheres são maioria). O fato é que por isso fomos apelidados de Associação da Exclusão Social. Pasmem!
Pois é como digo: a sociedade fiscaliza, está atenta. Portanto, não deslize que a punição vem.
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