sábado, 19 de julho de 2008

Meu escrever

No encontro com leitores, sempre surgem muitas perguntas e estas, por vezes, nos fazem pensar sobre o próprio processo da escrita. Foi assim no Colégio Piratini, em Porto Alegre. Perguntaram-me sobre o entrar no personagem. Aquela idéia sobre o personagem ganhar vida. Falei-lhes sobre a proposta do Dufrenne, que diferencia o poeta inspirado do poeta artesão. O primeiro, mero títere nas maõs de uma força (quase divina) chamada inspiração. O outro, artífice de seus mundos ficcionais, ele a mão que dá forma aos destinos de seus personagens.
Mas...
eu não acredito no personagem que comanda o autor. Há — a meu ver — um processo racional no ato da escrita. Eu, o comandante, não delego a ninguém, muito menos aos personagens, a condução da história. Levo-os aonde desejo que vão. Sou a mão condutora. Há um destino traçado por mim que deve ser cumprido, e a caminhada de meus seres ficcionais seguirá nesta direção.

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