Muitas andanças acabam por impedir que o tempo necessário seja para o tanto de palavras que me decidi a lançar: livros, aulas, palestras, site, blogs, facebook. O tudo vai tomando, e muitos sins acabam sendo dados, quando a sabedoria estaria em dizer não. Mas como viver quando o chamado para falar de leitura acaba sendo maior do que o desejo de ficar quietinho, apenas construindo mundos ficcionais? Sou aceite. Que mais poderia?
Lembro que, quando os primeiros sinais do desejo de ser escritor me tomava, sempre pensava em ser um escritor que existisse. E, para mim, autor e livro que existem são aqueles que são lidos, que são partilhados, que oferecem-se ao diálogo. E troca, diálogo sempre acabam por promover encantamentos.
Alguns encantamentos então nesse tempo de silêncio no blog:
1. Leitores: muitas feiras, muitas escolas, muitos municípios, e sempre uma pergunta querida, sempre um olhar de brilho diferente, sempre um beijo estalado na bochecha. Tudo dizendo uma coisa só: Gostei de você, gostei do seu livro. Escreve mais.
2. Dorian Gray: ando envolvido também com o universo das adaptações. Confesso que era desejo antigo, mas ao mesmo tempo desafio que metia medo. Adaptei "O corcunda de Notre-Dame", "Aladim e a lâmpada maravilhosa", e agora, quentinho nas livrarias, minha versão para "O Retrato de Dorian Gray". Adorei. Gosto de ser ponte entre o leitor e os clássicos. Peço a bênção para o autor e mergulho em seu universo, na vã tentativa de me apagar para que o o escritor possa não ser maculado.
3. Rio de Janeiro: estive lá não faz muito. Retorno difícil (vejam novela no facebook). Mas, sei lá, o Rio, digam o que quiserem, possui uma atmosfera diferente (creio que toda a cidade tenha lá seus cheiros, seus aromas, suas gentes, suas peculiaridades). Ver a cidade lá de cima do Pão de Açúcar foi coisa de fiar guardada pra sempre na memória.
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