quinta-feira, 11 de abril de 2013

Crônica: Uma biblioteca de sonho


Uma biblioteca de sonho
 
                Uma biblioteca para os gaúchos. Uma biblioteca que seja ponto de encontro para a cultura: discutindo-a, produzindo-a, consultando-a, maravilhando-se com ela. Porto de chegada, mas também de partida. Esse é o sonho apregoado pelo poeta Armindo Trevisan em seu artigo Uma biblioteca estadual à altura do Rio Grande?, publicado em Zero Hora. E, quando um ícone da cultura literária fala, convém que escutemos, convém que pensemos sobre o dito.
            Há anos o Rio Grande do Sul merece uma biblioteca que dê conta de sua grandeza. Somos um povo que pensa e produz leitura e literatura; somos o estado da Jornada Literária de Passo Fundo, da Feira do Livro de Porto Alegre e de tantas outras espalhadas pelo Rio Grande, de projetos como o Adote um escritor, o Autor Presente, o Livro Lido, o Passaporte da Leitura, entre vários outros que buscam promover a troca entre escritores e leitores. Somos o estado que tem cidades que erigiram monumentos ao livro: Morro Reuter e Passo Fundo. Somos o estado que fomenta a literatura através de planos governamentais, através de concursos literários, sendo o Moacyr Scliar, que recentemente premiou o gaúcho Altair Martins, o de maior destaque atualmente. Somos o estado em que, segundo pesquisa recente, a média de leitura é a maior do país. Somos um estado leitor. Há, pois, muitos motivos para que nos orgulhemos de tais façanhas. Urge, então, que uma maior assegure, ainda mais, nosso respeito ao livro.
            O poeta clama por uma biblioteca à altura da grandeza de nosso estado e quero fazer eco ao seu pedido. Quem sabe o retorno ao prédio que, durante anos, consagrou os livros e a leitura, ali, pertinho do Theatro São Pedro, que tanto incentivo tem recebido do poder público e do privado, possa assegurar que a literatura é algo de valor em nosso estado. Lembro-me da magia que entrar na biblioteca pública causava em meu coração adolescente, quando eu me iniciava na pesquisa escolar. Estar naquele local, que tanto saber anunciava, era momento quase sacro. Livros, creio, têm mesmo esta aura. Livros, creio, necessitam de um espaço para eles; espaço que dê conta de sua grandiosidade. Com certeza, o Rio Grande merece; e os escritores também.
            O poeta Trevisan sonha. Quem sabe mais pessoas possam se unir ao seu sonho, e ele, assim, não mais sonho, irá se construindo como realidade.

Um comentário:

Roberto de Queiroz disse...

Prezado Caio Riter,

Parabéns por defender e difundir a leitura e os escritores. E faz isso com propriedade. Concordo quando diz que os livros e os escritores necessitam de um espaço para eles. Um espaço que dê conta de sua grandiosidade. Só dessa forma o objeto de sua defesa (a leitura, os escritores e, desse modo, os livros) serão capazes de desempenhar plenamente a função que lhes compete.