segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A alegria do encontro de Taquarituba

          Estes tempos de isolamento físico não têm provocado isolamento social. Ao contrário. Creio que encontros que teriam muitos motivos para não ocorrerem (tempo, investimento financeiro, entre outros tantos dificultadores) abrem-se como possibilidade. 
        Então.
        No último dia de julho, pude trocar ideias, por quase duas horas, com os meus leitores de Taquarituba, cidade de São Paulo quase na divisa com o Paraná (foi a informação que o pessoal me passou, e fiquei sabendo que por vezes há bastante frio por lá, como havia no dia de nosso encontro). A ponte foi feita pela professora Juliete, que conheci graças a estes atalhos propostos pelas redes virtuais, atalhos que podem provocar muitos problemas, mas que também aproximam . Aí soube da vontade da professora de realizar um sonho: um encontro literário entre quem escreveu e quem leu o livro "O rapaz que não era de Liverpool", Edições SM. Ora, sonho tranquilo de ser realizado e eu, feliz, por saber ser o primeiro escritor a participar de um projeto tão desejado pela Juliete. 


Leitores do Centro Educacional de Taquarituba - Anglo

        Encontros com leitores são sempre, como costumo dizer, bom momento para eu mesmo compreender melhor aquilo que escrevo; eu mesmo perceber o que meus personagens podem provocar nos outros, quando deixam de ser apenas meus; eu mesmo me surpreendendo com os caminhos que um livro pode seguir. Enfim, respondi perguntas (o que é comum); falei sobre minha trajetória (o que também é comum); busquei pensar sobre minhas razões de escrita ao ser convidado a falar (o que também é bastante comum nestes encontros literários), mas, além disso, recebi um poema. 
           E um poema escrito por alguém para nós é sempre presente único. E, quando isso ocorre (algo não tão comum assim), penso que aquela pessoa que usou parte de seu tempo, de sua vida, para me dirigir palavras foi tocada por algo que fiz, por algo que escrevi e que se tornou livro, história, fantasia, verdade. A verdade tem seu tanto de espelho na ficção. Nestes momentos, me pego a pensar que escrever vale a pena, que saber-me lido é mágica das boas.
           Pois a Cassiana, aluna lá de Taquarituba, operou um destes momentos mágicos: não só escreveu um poema para mim, como também o leu e disse motivos para que o livro a tivesse tocado tanto. Foi momento de emoção: minha e dela. 


          Mas não só nossa. 
         Éramos muitos naquele encontro virtual. Éramos vários e, naquele momento, apenas um, estávamos ligados pela sinergia da emoção de uma adolescente que se fazia palavra poética como dádiva de leitura, de leitora, de autora também.
          E foi bom.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito obrigada Caio por nos proporcionar um momento tão único, foi um sonho realizado, obrigada por compartilhar seus conhecimentos, amamos tê-lo conosco por quase duas horas e que venha outros encontros.

Carol disse...

Muito bacana isso. Parabéns aos envolvidos