Leituras sempre têm seu tanto de subjetividade. Difícil mesmo é passar sem ler. Ando com vários livros começados à espera de um tempo maior para que a completude se faça. Alguns esperam mais, outros menos. No momento, concluí O hobbit, do J.R.R.Tolkien. Livro fundante do que se convencionou chamar de alta fantasia. O autor cria um universo repleto de seres fantásticos, um mundo à parte, um universo que se sustenta a partir da palavra fundadora. Confesso que não foi leitura das mais prazerosas, leitura realizada com o intuito do debate no 32º encontro da Reinações (Vida longa a ela!), leitura meio lenta em virtude das constantes descrições, talvez com o objetivo maior do autor de construir com maior concretude seu mundo mítico. Mas há momento bons. Bons não, muito bons no que diz respeito ao fascínio que um texto literário pode provocar em seu leitor. Li com prazer o encontro do protagonista com o "espelhado" Gollum. Ecos de Édipo em seu conflito com a Esfinge (Decifra-me ou te devoro): o jogo de adivinhas e suas possíveis respostas como condição essencial para a permanência da vida. Vivemos assim mesmo: prontos a dar respostas, sendo desafiados o tempo todo a desvendar enigmas. No fim, livro que vale a pena ser lido.
E me envolvo com outras leituras também: Reparação, de Ian McEwan, Precisamos falar sobre o Kevin, de Lionel Shriver, O fio das missangas, de Mia Couto e, ainda, A paixão pelos livros (texto de ensaios e contos em que a relação com os livros é revelada por diferentes autores, desde filósofos até escritores, quer narradores, quer poetas).
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Um comentário:
Pois é Grande Caio, como disseste "Vivemos assim mesmo: prontos a dar respostas, sendo desafiados o tempo todo a desvendar enigmas".
E fico me perguntando: até que ponto nos preocupamos em nos educar para perguntar...? E para ouvir? Será que estamos acostumados a dialogar, de verdade? Ou somos apenas máquinas de respostas?!
Abração!
Fábio Gai Pereira
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