quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A paciência me falta

Confesso. 
Confesso que ando sem paciência. Ela se faz de rogada e, por vezes, jura que me abandonará. Eu até que a entendo. Difícil tê-la diante do tanto que se vê, que se ouve, que se lê. Me impressionam pessoas que não têm olhos de ver. Me assustam pessoas que são incapazes de espiar por sobre o muro e perceber que há um outro mundo sendo gestado: ficam imóveis, meros ventríloquos a repetirem o que aqueles que acreditam apenas que o poder deve ser delas, que defendem o próprio umbigo, que propagam seus interesse como se verdade fosse. Mas não é. É apenas a verdade que eles apregoam como verdadeira. Há outra, uma mais consistente, uma que encontra eco nos olhares daqueles que sempre foram violentados pelo poder. Agora, o protagonismo se agiganta. E isso apavora os que sempre mandaram a partir da sua lógica exclusivista, sectária.
Que estes criem inverdades, até entendo. Porém, minha paciência se esgota, quando percebo que os mais explorados, os sempre explorados, aceitem ser marionetes nas mãos de quem sempre os humilhou em seus direitos. E gritem contra si mesmos, e lutem a favor de quem os oprime.
Confesso.
Confesso que fico pasmo, fico enojado. Sofro.
E hoje quero permitir que a paciência se aparte de mim.

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