quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Homenagens vividas

Sou patronável.
Para quem não conhece o neologismo, já tão arraigado na cultura porto-alegrense, vai aqui breve explicação: patronável é o candidato a patrono da Feira do Livro de Porto Alegre. São dez os patronáveis. Dentre eles, a comunidade do livro escolherá o novo patrono.
É bom ser patronável.
Aliás, é boa toda a homenagem. 
Sobretudo, quando ela vem enquanto o homenageado pode usufruí-la. Quando ele pode perceber o tanto de carinho que sua obra suscita, quando ele pode se ver presente no próprio ato da celebração. Ah, estas sim as homenagens valiosas.
Sou patronável. 
Colho este ano um pouco do carinho dos amigos a tecerem votos de sorte. E vejo na indicação um respeito da setor livreiro por mim e pela minha obra. E fico a acreditar que, de fato, sou escritor. Que meus livros e personagens habitam o coração de meus leitores. Que, de alguma forma (que pode ser pífia, não sei, não consigo precisar) faço diferença. E isso é bom. Essa a maior homenagem, sempre. Sentir-se parte do sonho que sempre se buscou construir.
Homenagens como esta, ou como as que tenho recebido como patrono de várias cidades do interior (a mais recente foi em Lindolfo Collor), ou como o apadrinhamento de bibliotecas (há duas com meu nome, na escola Dom Bosco, em Morro Reuter, e na Vinicius de Moraes, em Porto Alegre. Homenagens vividas, estas as que valem.
Detesto homenagens póstumas. Para que servem, afinal? Memória, lembrança, tentativa de imortalidade? Prefiro sentir viva no peito a emoção de ser presença. O resto, como já disse Shakespeare, é silêncio.

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