Um
prêmio literário é sempre importante na carreira de um escritor, sobretudo se
este prêmio tem a chancela de pessoas envolvidas e comprometidas com a literatura
e o respeito de seus pares, se este
prêmio não pretenda apenas atiçar vaidades, fomentar preconceitos, unir gêneros
e públicos distintos entre si.
Como
se poderá estabelecer critérios de julgamento semelhante para produtos tão
distintos, quer em sua natureza, quer em sua estrutura, quer em seus diferentes
públicos? Um prêmio que se propusesse a isso, com certeza, não cumpriria sua
função maior: a busca da lisura, da igualdade, da possibilidade de se construir
como referência de qualidade àqueles que, por ventura, o tivessem recebido.
O
prêmio Tapiti vem para somar. Ele respeita o diverso; ele saltita entre o
diferente, colhendo as rosas, mas respeitando a importância do espinho; ele se
alegra nas águas do Amazonas, mas também brinca pelo Pampa gaúcho e envereda
por tantos sertões, por tantas searas, por muitos quilombos. Tapiti é
respeitoso, é controverso, é plural. Tapiti é respeitoso. Tudo o que um prêmio
deve ser. Tapiti não aproxima alhos e bugalhos, tentando encaixá-los em uma
mesma caixinha. Tapiti premia alhos; Tapiti premia bugalhos.
Assim,
neste breve discurso, quero agradecer à mentora deste prêmio, a diversa
Penélope Martins, que me agraciou com premiação tão ímpar e me permitiu dizer
estas breves palavras. Por fim, dedico esta honraria, ao querido casal das
letras e das imagens (que elas se casam sim, complementam-se, com certeza, mas
também têm lá suas especifidades): Volnei Canônica e Roger Mello.
Obrigado.
(espaço
para os aplausos e para os saltitantes pulos de uma Tapiti no palco)
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