sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Carta de leitora

Bom quando o que escrevemos ecoa e percebemos que nossa luta e nosso pensar encontra guarida em outros corações. É a certeza de que não estamos só. Na verdade, creio que nunca estamos sozinhos em nossos sonhos. Sempre haverá alguém que nos estendera a palavra, a mão, e estas se tornarão pontes. Abaixo, segue a carta que recebi da Helena, uma pessoa que atua em uma biblioteca comunitária e que a percebe como condição de saúde, embora haja quem não julgue importante os livros. Aproveito também para partilhar foto de minha ação na Biblioteca do Arquipélago: Piquenique Literário, querendo que ela sobreviva, lembrando sempre que um arquipélago nos dá a clara sensação de grupo. Não somos, decididamente, uma ilha apenas. E isso é bom.



Boa noite, Caio!
Li, com pesar, o teu artigo Bibliotecas
e pontes. Sou bibliotecária e trabalho na biblioteca de uma unidade de saúde de POA, cujo acervo é mantido com doações dos leitores (pacientes da unidade). Sou funcionária concursada do Ministério da Saúde e frequentemente sou assediada para trabalhar na área administrativa. Várias vezes meus coordenadores verbalizaram que não há necessidade de ter uma biblioteca numa unidade de saúde. Além do atendimento individual, faço atendimento aos diversos grupos de pacientes existentes na unidade. Trabalho com a leitura de forma terapêutica, a fim de minimizar o sofrimento e abrir novos horizontes aos pacientes. Tenho recebido um retorno muito
gratificante. Então, fica muito difícil entender esta situação. Tenho tempo para me aposentar, mas, além de ser apaixonada pelo meu trabalho, sei que é a oportunidade para o fechamento da biblioteca. Por tudo isso, sinto-me solidária a tudo que escrevestes. Espero e desejo que tenhas sucesso no que se refere a Biblioteca Comunitária do Arquipélago. Caso haja algum movimento para a manutenção de bibliotecas comunitárias, conte comigo! Um abraço! 

Helena Pinto Costa

2 comentários:

Unknown disse...

Lindo o trabalho de vocês. Levar a palavra como ponte de esperança e terapia é o mais alto grau do seu uso. Isso é a alma da poesia.
Parabéns aos dois!

Caio Riter disse...

Grato!