É difícil crer que estejamos vivendo em tempos de vírus que nos obriga ao isolamento, a fim de que a vida possa seguir sendo, e um representante eleito conclame que as pessoas saiam às ruas. E que, como ele, saiam desprotegidas, sem máscaras. E que estendam as mãos e que se cumprimentem e que, se tiverem que tossir, que não busquem proteção qualquer.
É difícil crer que, enquanto se dedicam de corpo e alma a atender pessoas contaminadas pelo vírus, pessoas que se debatem entre vida e morte, sejam agredidos, profissionais da saúde sejam atacados em sua integridade, e que neste momento um representante eleito não se solidarize. Ao contrário: instigue mais e mais violência.
É difícil crer que que a doença esteja lá fora, não escolhendo pobres ou ricos (embora estes tenham muitos meios para enfrentá-la de igual para igual), um representante eleito reúna pessoas em torno de si, e as abrace, e destile seu veneno, menosprezando as consequências da pandemia para o país, o qual jurou defender.
É difícil crer que, enquanto a Ciência defenda o isolamento social, um representante eleito menospreze pesquisas científicas, menospreze ações tomadas pela grande maioria dos líderes mundiais, que trate uma pandemia como se ela fosse uma gripe vulgar, boba.
É difícil crer que um representante eleito não só se exponha, mas carregue pela mão uma menina inocente de nove anos, sua filha.
Espero que as posturas deste representante eleito, eleito possivelmente por pessoas como ele, não sejam vistas como irresponsáveis. Mas que ele, em um tempo de justiça e de decência, seja responsável por tudo o que fez e também pelo que deixou de fazer.
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