Um tempo
Houve um tempo
em que você sonhou.
Talvez você
não lembre o primeiro momento deste sonho, talvez ele venha de um tempo em que
a fantasia ainda era presença em sua vida quase que totalmente.
Talvez você
ainda fosse menina, quem sabe uma adolescente meio em dúvida entre ser princesa
ou ser guerreira (ou ambas), talvez já mulher madura, quando sentiu latejar em
si o desejo de ser mais, o desejo de maternar.
Ser mãe é
sonho, antes de ser realização do exercício da maternidade.
Ser mãe é
sonho, antes que os olhos se lancem ao encontro daquele que, a partir do
primeiro encontro, será para sempre um alguém que entrou em sua vida de forma
vital, existencial. E para sempre.
Ser mãe é
sonho, mas também é opção, é vontade de ser alguém para o outro. Um outro ainda
desconhecido, um outro que aguarda o momento de ser filho, de ser filha, de ser
abraço, de ser carinho, de ser alguém sedento por histórias, alguém que vê
aquela mulher que se dobra sobre seu berço como parte. E para sempre.
Ser mãe é
sonho, mas também é compromisso. Nada mais de noites brancas, mergulhada em
preocupações que não as suas. Se criança, a preocupação se ele ou ela dorme
bem. Se os filhos já dando os passos da independência, a preocupação se farão
as escolhas mais adequadas na busca de serem felizes.
Ser mãe é,
pois, tornar-se quebra-cabeça que depende da felicidade do outro pedaço para se
sentir completa.
Mãe é um
desejo que se torna condição, que se torna compromisso, que se torna festa cada
vez que seu filho, que sua filha, conquista o desejo de sonhar também.
Feliz da mãe
que consegue ser isto: alguém que se constrói e se reconstrói no sonho de fazer
nascer mais sonhos.
E se houve um
tempo de sonhar, se houve tempo de criar. Hoje, é tempo de celebrar a mãe que
você desejou ser.
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