Foi em 1999, na Feira do Livro de Porto Alegre, que encontrei e conversei pela primeira vez com aquela que considero a dama da literatura brasileira: Lygia Fagundes Telles. Autora de contos, crônicas e alguns romances, Lygia, com certeza, é uma das maiores vozes em atividade na Literatura Brasileira. Seus romances Ciranda de pedra, Verão no aquário, As meninas, As horas nuas, e um livro de contos, Invenção e Memória, foram o corpus de minha tese de doutorado, defendida em 2005, na UFRGS: A dor do passar, a cerimônia ficcional de Lygia Fagundes Telles. Ler, reler, enveredar por seu universo de sonho que aponta pra uma realidade que precisa ser reinventada é sempre surpresa e desacomodamento. Literatura que nos leva à reflexão. É seu um dos contos de que gosto muito pelo tanto de simbologia que contém: Natal na barca.
"Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor era silêncio e treva. E me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca,apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu." In: Venha ver o pôr-do-sol e outro contos, ed. Ática.
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