Heróis são seres especiais. E necessários. Gosto destes seres fantásticos que, com seus poderes, lutam contra o mal, buscando salvar o mundo e instituir um novo universo de relações. Todavia, por vezes, o mal contra o qual eles lutam é o mesmo que os habita, que os atormenta. Alguns super-heróis são assim. Não possuem aquela retidão de caráter que, geralmente, se espera nesses homens e mulheres “da lei”. São retos e, ao mesmo tempo, impetuosos; justos e vingativos; duplos. E essa ambigüidade é que os torna mais e mais sedutores.
É o que ocorre com o Homem Morcego, cujo heroísmo nasce de uma tragédia familiar e faz com que sua alma seja atormentada, ou com Wolverine, cuja gênese, narrada na série Origem, começa a ganhar uma versão cinematográfica. Após a trilogia X-men, Hugh Jackman volta a assumir a personalidade do homem das garras de aço, agora num filme solo.
Rodado na Nova Zelândia e na Austrália, a trama de Wolverine, dirigida por Gavin Hood, deve estrear em 2009. David Benioff assina o roteiro da trama, que vai mostrar o passado de Logan (nome verdadeiro do personagem), seu relacionamento com Victor Creed (mais conhecido como Dentes-de-Sabre) e o encontro com outros mutantes do universo do grupo de heróis da Marvel. Entre as inspirações para o roteiro, estão a minissérie em HQ Origem, de Paul Jenkins, que acompanha o herói desde sua infância, e Arma X, de Barry Windsor-Smith, em que se conhece o experimento do qual Wolverine foi cobaia e lhe rendeu o esqueleto e as garras de Adamantium.
Tanto Batman quanto Wolverine fazem parte, também, do meu universo de personagens. E, coincidentemente, os dois são cães: Wolverine é o beagle de Alexandre, o protagonista de O tempo das surpresas (Edições SM, 2007). O livro narra diferentes tempos da vida de Alexandre durante a noite anterior a um transplante de medula que ele fará, a fim de tentar vencer a leucemia. É com Wolverine que Alexandre experienciará pela primeira vez uma situação de morte. Batman é o cachorro de Felipe, um garoto que recebe do pai uma surpresa que julga bastante desagradável. No ambiente familiar, que passa a parecer-lhe inóspito, é no cão que Lipe encontra o apoio necessário para vencer as dificuldades.
Se gosto de heróis, gosto também de personagens caninos. Creio que eles são uma espécie de extensão da personalidade de seus donos.
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