segunda-feira, 24 de março de 2008

Gente Nova 1 - Carla Laidens

Gente nova quer abrir espaço, dar forma às vozes de tantos escritores e escritoras que se iniciam na luta com as palavras. Luta vã, como afiançava Drummond. Assim, todo espaço de liberdade para que versos e histórias voem e possam fazer porto em muitos corações é bem-vindo. Eu, pelo menos, penso assim. Seguem, pois, os versos de Carla Laidens (Porto Alegre-RS).


Matar faz-se na calada

Carla Laidens

como a criança
tomada em seu mais profundo medo
chora a alegria da vidraça quebrada
assisto teu derradeiro fim

definhas perante meus olho
se eu nada posso fazer senão esperar alívio
depois que te fores
nunca mais te precisarei chorar
não te sentirei saudades

já no caminho
terás percebido
que tão simples como é te amar
é te matar
meu amor…

te sinto partir
e como me são tristes as despedidas…

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