Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, podia-se com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é ler "distraidamente". In: Para não esquecer, p.41.
domingo, 2 de março de 2008
Outras palavras: Clarice
Sob a marca de Outras palavras, serão registrados reflexões, pensamentos e opiniões de diversos escritores e escritoras sobre a escrita, a criação, o ato de verter-se em palavras na construção poética ou na invenção de mundos ficcionais. E as primeiras palavras vêm de Clarice Lispector:
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